O Brasil tem registrado quedas significativas nos níveis de desemprego e o número de pessoas ocupadas acaba de bater mais um recorde, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final do primeiro semestre de 2024. O cenário é promissor para quem deseja ingressar no mercado de trabalho formal. No entanto, ainda há certos desafios a serem superados por profissionais autônomos que atuam em áreas criativas ou iniciantes em busca de emprego com esse perfil.
Para aumentar as chances de contratação com os benefícios da CLT, é importante estabelecer uma conexão com o universo corporativo e aliar competências organizacionais à sua criatividade. Veja quais são as recomendações de especialistas em recrutamento profissional e entenda melhor o panorama da economia criativa no país.
Currículo criativo, emprego formal: como alinhar expectativas?
O currículo é um documento imprescindível para a maior parte das empresas que oferecem oportunidades de emprego formal. E, se a ideia é trabalhar em áreas criativas, nada mais natural (e interessante) do que escolher um modelo de currículo criativo para apresentar as suas informações profissionais. Só que isso deve ser feito de forma estratégica, conforme orientam os especialistas da plataforma OnlineCurrículo:
1. Use a criatividade na medida certa
O ideal é destacar o seu potencial criativo sem fugir demais das expectativas quanto ao visual e conteúdo de um currículo. Afinal, esse material deve passar por diferentes tipos de análise antes de ser visto pelas lideranças de áreas criativas da empresa. Isso significa que um CV muito fora do padrão pode resultar na rejeição da candidatura — dos processos de triagem automática e/ou ranqueamento com suporte de inteligência artificial à revisão humana e comparação entre currículos pré-selecionados.
2. Inclua um resumo profissional no CV
O resumo profissional é um texto curto e objetivo que destaca as informações mais relevantes para quem vai avaliar o seu currículo. Aliás, é essencial considerar esse ponto de vista ao escrever essas duas ou três linhas: em vez de focar em suas aspirações pessoais, procure mostrar como o seu perfil está alinhado às expectativas para o cargo e de que forma você pode contribuir para a empresa. Na dúvida, concentre-se em suas qualificações mais relevantes para a atuação em projetos criativos no tipo de empresa de sua preferência ou no setor de atrações culturais e artísticas em geral.
3. Conecte os seus pontos fortes
Mais do que listar experiências profissionais, formação acadêmica e habilidades, é interessante conectar as informações que o seu currículo apresenta. Por exemplo, as descrições de suas realizações em empregos anteriores podem refletir certas competências mencionadas em outras seções do currículo. Você pode reforçar isso incluindo palavras-chave no CV, mas essa estratégia deve fazer sentido com o seu conteúdo.
4. Personalize cada candidatura
Um currículo pronto pode (e deve) ser revisado e editado sempre que necessário. Ele serve de base para que você crie versões personalizadas de acordo com as oportunidades que você encontrar em sua busca por ofertas de emprego formal. Na maior parte das vezes, basta fazer pequenos ajustes no resumo profissional ou na posição das seções para colocar em destaque o que for mais relevante para um cargo em particular.
5. Complemente o seu currículo
Criar materiais complementares ao currículo é uma boa estratégia para reforçar o seu toque criativo ao se candidatar a empregos. Em vez de se arriscar com um design que pode ser inadequado para passar por sistemas de triagem, você pode inserir um link para o seu portfólio virtual no CV. Essa é uma forma de exibir seus talentos artísticos para quem pode decidir a sua contratação. Além disso, enviar uma carta de apresentação junto com o currículo é uma oportunidade de criar uma narrativa envolvente e agregar valor à sua candidatura.
Mercado de trabalho para profissionais com perfil criativo
Empresas de vários portes e segmentos têm necessidade de contratar profissionais com perfil criativo, tais como designers, criadores de conteúdo e promotores de eventos. Grande parte dessas oportunidades são em caráter temporário ou sem vínculo empregatício (a famosa contratação PJ), mas não é raro encontrar ofertas de emprego formal em que a criatividade é o elemento chave para a contratação.
Um levantamento do Observatório Nacional da Indústria (ONI) indica que profissionais da economia criativa têm entre 1 e 2 anos a mais de estudo no currículo e recebem salários 50% maiores em relação a profissionais de outras áreas. Na projeção do ONI, esse segmento deve gerar mais de 1 milhão de empregos até 2030 — seja no mercado de trabalho informal ou com registro em carteira. No contexto atual, os empregos com carteira assinada em Santa Catarina têm números mais expressivos no setor de serviços.
