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Pesquisador cobra respeito à fruticultura brasileira

Mafalda Press

“A fruticultura é a atividade agrícola que mais gera emprego. No entanto, o Brasil está sempre um passo atrás em relação a outros países. Aqui, a fruticultura não é considerada atividade de primeira linha”. A afirmação foi feita na noite dessa terça-feira (26/4) pelo pesquisador Alberto Duarte Vilarinhos, da Embrapa Mandioca e Frutas (Bahia), durante a sessão de abertura oficial do 27° Congresso Brasileiro de Fruticultura.

Considerado o mais tradicional e respeitável evento do setor, o encontro que se estende até sexta-feira desta semana no Centro de Evento LHS, em Canasvieiras, acabou servindo de uma potente caixa de ressonância nacional ao desabafo de Vilarinhos e de outros colegas. Segundo o pesquisador, países vizinhos com qualificação científica inferior à do Brasil conseguem exportar maior quantidade de frutas. E isso evidencia a necessidade “de uma política agrícola estratégica que priorize a fruticultura”. Também condenou o fato de que a política agrícola em vigor prioriza o crescimento das áreas dedicadas às commodities soja e cana-de-açúcar, embora a fruticultura seja uma grande geradora de empregos no campo.

Argumentos favoráveis à expansão da atividade não faltaram na sessão de abertura do congresso. “O produtor de frutas de verdade não entrega só o produto, entrega saúde e alegria”, ressaltou Anacleto Ângelo Ortigara, diretor de Administração e Finanças do Sebrae-SC. Por essa razão, o deputado estadual José Milton Scheffer, presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa catarinense, classificou de “infinito” o potencial do crescimento da fruticultura, particularmente o da praticada em Santa Catarina.

Como a tranquilizar os colegas mais preocupados com as injustiças sofridas pela fruticultura, Scheffer anunciou para breve “uma virada de chave” no segmento agrícola: “A ciência vai entrar pomar adentro”, previu, argumentando que o 27º Congresso, cujo tema é mais ciência, mais saúde, acontece num momento de “reinvenção da fruticultura brasileira”.

Na verdade, nos dois últimos anos a Epagri investiu muito em pesquisa na área da fruticultura. Foi o que garantiu o representante do governador Carlos Moisés, Ricardo Miotto Ternus, titular da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do Estado, dando a entender que a realidade atual de Santa Catarina poderia ser considerada o início da virada prognosticada por Scheffer. “A fruticultura catarinense ocupa mais de 53 mil hectares, envolve mais de 10 mil famílias produtoras e registrou uma receita de R$ 1,5 bilhão em 2021”, comemorou o secretário.

Após uma passagem de três anos e dois meses recém-encerrada na presidência da Epagri, Edilene Steinwandter compartilha da linha de raciocínio de Mioto. Para ela, levando-se em conta a assistência técnica, a extensão rural e as pesquisas direcionadas à fruticultura local, Santa Catarina pode ser considerada referência nacional na área.

Também participaram da cerimônia de inauguração do evento Giovani Canola Teixeira, presidente interino da Epagri; Angela Cristina Paviani, presidente do CREA-SC; Ricardo Elesbão Alves, presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura; e Henrique Belmonte Petry, pesquisador da Epagri e presidente do congresso.

*Reportagem especial de Imara Stallbaum e fotografia Mafalda Press.

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