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A guerra dos blocos na Assembleia Legislativa vai definir o novo presidente

Tanto os apoiadores do deputado estadual Mauro de Nadal (MDB) quanto os parlamentares que estão com José Milton Scheffer (PP) já contam o número de eleitores na Assembleia para saber a chance de vitória para a escolha do novo presidente da casa.

Na reunião de terça-feira do governador eleito Jorginho Mello com a bancada do PL na Alesc, fechou-se o apoio à candidatura de Zé Milton. Com isso, ele sai com os 11 votos dos liberais e mais os três do Progressistas, totalizando 14 deputados favoráveis ao seu nome.

O deputado Ivan Naatz (PL) publicou no seu Twitter que Zé Milton já tinha 23 votos nessa eleição, mas não disse de onde vinham os outros nove. Segundo ele, a bancada governista quer ter 27 deputados do seu lado para garantir a maioria com folga.

Se Zé Milton vencer, já está definido que a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo será a 1ª vice-presidente na mesa diretora, deixando as outras cinco cadeiras para serem preenchidas por bancadas que apoiarem o grupo PP/PL.

Mas o MDB não fica atrás, pois o partido terá a partir de 2023 seis deputados estaduais na casa e já formou um bloco com o PSDB, que terá mais dois deputados. Já conseguiu também o apoio do bloco de esquerda, que tem o PT (4 deputados), PDT (1 deputado) e o Psol (1 deputado).

Na quarta-feira, 14, o PSD, União Brasil e PTB também decidiram formar um bloco com 7 deputados estaduais. Estarão nesse grupo os deputados Júlio Garcia, Napoleão Bernardes e Mário Motta pelo PSD; Jair Miotto, Marcos da Rosa e Sérgio Guimarães pelo União Brasil e Egídio Ferrari representando o PTB.

Esse bloco também sinalizou um apoio a Mauro de Nadal que também deve ter do seu lado os deputados Sérgio Motta, do Republicanos, e Paulinha Silva e Lucas Neves, do Podemos. Os únicos dois indecisos são Camilo Martins (Podemos) e Matheus Cadorin (Novo).

NADAL COM FOLGA

Se somarmos todos os blocos que apoiam Mauro de Nadal, hoje, ele já teria 24 deputados para se eleger presidente da Assembleia com folga, colocando o governador eleito Jorginho Mello numa sinuca de bico.

Mesmo Jorginho liberando a sua bancada para apoiar Zé Milton, ele deixou claro que não quer ficar nas mãos do MDB na Alesc num possível acordo e pode ter deixado uma brecha para que os emedebistas deem a volta por cima e coloque o futuro governo como minoria no legislativo de Santa Catarina.

Se isso acontecer, colocará em xeque o trabalho do deputado Ivan Naatz, que não conseguiu o objetivo do governo que é ter a maioria, e obrigará o próximo governador a aumentar a oferta para acalmar os ânimos não só do MDB, mas de todos os partidos que estarão com ele.

Quem fechar acordo com Zé Milton e Mauro de Nadal não poderá voltar atrás, pois o voto na eleição para o presidente da Alesc é aberto e ficaria marcado já no início da legislatura como um deputado traidor, tendo que dar muitas explicações.

Há que se esperar até a contagem dos votos, mas nesse fim de 2022 essa é, sem dúvida, a disputa que mais empolga o cenário político estadual no apagar das luzes da atual legislatura.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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