No fim da tarde de ontem, 15, a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) lançou uma nota repudiando a condenação da repórter Schirlei Alves pelo uso do termo “estupro culposo” em uma matéria sobre o caso Mari Ferrer, no site The Intercept Brasil. A comunicadora recebeu uma pena de seis meses de detenção, em regime aberto, mais uma multa no valor de 400 mil reais.
Confira o comunicado na íntegra:
“A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista manifesta sua indignação e revolta com a decisão judicial, assinada pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, da 5ª Vara Criminal de Florianópolis, que condenou à prisão e pagamento de indenização a jornalista Schirlei Alves por crime de calúnia e difamação.
O “crime” da jornalista: revelar ao País a humilhação a que foi submetida a jovem Mariana Ferrer, por parte do advogado de defesa do homem a quem acusou de estupro, sem que o advogado tenha sido impedido pelo juiz de seguir com as graves ofensas proferidas na audiência. A situação foi registrada em vídeo e serviu como prova para a punição (muito mais branda) do juiz, esta semana.
A reportagem, que provocou grande repercussão em todo o Brasil, foi veiculada pelo Intercept Brasil, que usou a expressão “estupro culposo” para explicar de forma simplificada ao público leigo as razões pelas quais o Ministério Público rejeitou a acusação de estupro. Pela repercussão, Schirlei vem sendo perseguida desde então, com perdas profissionais e pessoais.
A Associação Catarinense de Imprensa se solidariza com a repórter e informa que colocou sua estrutura e rede de apoio para buscar reverter a decisão judicial que fere gravemente a liberdade de imprensa.
Diretoria da Associação Catarinense de Imprensa”