Na quarta-feira (7) de manhã o senador Esperidião Amin (PP) deu uma entrevista para a rádio Som Maior, de Criciúma, afirmando que o novo União Progressista provavelmente estará com Jorginho Mello (PL) em 2026 por já ter apoiado a sua candidatura em 2022.
Segundo Amin, “na primeira reunião com os prefeitos, ficou estabelecido que nós estamos na base do governo. Portanto, a primeira hipótese para o ano que vem é a reeleição de Jorginho Mello. Isso está decidido? Não. A decisão é na convenção. Mas é a tendência. A política não é feita com cavalo de pau”. Na entrevista, ele disse também não saber de nenhum apoio a João Rodrigues.
O senador sempre disse que não pensa num projeto pessoal, mas sim do grupo. O problema é que os deputados estaduais do PP dizem justamente o contrário. Entendem que Amin está querendo mesmo garantia a sua candidatura à reeleição na coligação do governador, já que a vaga do senado, que o PL esperava ter o prefeito João Rodrigues, não deve acontecer.
Quem veio a público contestar a entrevista de Amin foi o deputado estadual Sérgio Guimarães (UB), que participou da primeira reunião com os parlamentares do PP e do UB na terça-feira, 6, e falou que nada foi conversado sobre apoio desse ou daquele candidato a governador.
O deputado do União Brasil contestou a fala do senador e disse que ele foi convidado para a reunião do União Progressista, mas não compareceu e sequer mandou representante.
Guimarães falou na rádio que “ele pode tá falando por ele, nem foi na reunião, foi convidado. O deputado Altair Silva disse que fez o convite, não foi na reunião, não sei qual o motivo, não mandou nenhum representante. Então ficar dando entrevista, ficar dando declaração sem ouvir os seis deputados, é um desrespeito pô, é um desrespeito”.
Serginho Guimarães falou também que “agora nós somos um grupo. O que eu tô dizendo aqui. Que nós estamos conversando em harmonia, todos os seis. Eu não posso tá te dando uma declaração aqui falando pelos demais, pelos cinco, pelo Fábio. Não, nós vamos conversar, nós vamos dialogar, entendeu. Então é muito cedo pra tá dizendo se nós vamos tá do lado A, do lado B. Não, vamos conversar”.
A intervenção de Sérgio Guimarães foi uma clara insatisfação não só do grupo do União Progressista, mas principalmente dos deputados estaduais Altair Silva, Zé Milton e Pepê Collaço, que já não aceitam a mão de ferro de Amin no comando do PP e também não vão aceitar que o senador decida sozinho o caminho do partido sem ouvir os demais filiados.
A união dos dois partidos coloca Amin numa sinuca de bico, pois as executivas nacionais vão exigir um consenso dos partidos em Santa Catarina e se o racha do PP continuar, é bem provável que os três deputados estaduais levem a melhor por conta do apoio que tem hoje do União Brasil na decisão final.