A reunião do governador Jorginho Mello (PL) com 36 deputados estaduais na Casa d´Agronômica na noite de quarta-feira, 15, ainda está dando o que falar. Vale ressaltar que quatro não compareceram por motivos de viagem e doença.
Na manhã de quinta-feira, 16, na Assembleia Legislativa, Jorginho reafirmou que a conversa com os deputados foi muito boa e que foi apresentado, no primeiro momento, a apresentação do plano financeiro e o plano de obras do Governo do Estado e depois foram jantar.
“Foi um congraçamento, foi o primeiro encontro de muitos”, enfatizou Jorginho Mello.
Ficou a cargo do secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, reapresentar o relatório feito pelo grupo de gestão do Governo do Estado com os dados dos últimos dez anos, mas já com as atualizações até o mês de fevereiro deste ano.
Nessa apresentação os deputados viram que os números do governo não são tão bons assim, mas o governador acalmou os presentes dizendo que tudo vai ser resolvido.
O governador pediu também para que os deputados estaduais acalmem os prefeitos das suas regiões, pois o Governo do Estado ainda está estudando como vai dar continuidade aos repasses das obras do Plano 1000, criado pelo ex-governador Carlos Moisés (Republicanos).
O ponto alto da reunião foi quando Jorginho Mello apresentou a análise das obras de asfaltamento do Plano 1000 e deu a entender que esses contratos estariam supostamente superfaturados, pois tinham sido pagos ou contratados serviços com valores acima do que é pago no mercado.
A partir daí, deputados estaduais já cogitam criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar se nesses contratos há ou não irregularidades.
A IMPRESSÃO DOS DEPUTADOS
O apresentador Emanuel Soares, do programa O jogo do Poder da Jovem Pan News (Florianópolis), apresentou na tarde de quinta-feira um áudio do deputado estadual Sérgio Guimarães (UB) que disse que “claro que a gente não pode se precipitar, mas nós temos sim que prestar a atenção nesses números, até porque muitas dessas obras, desses pagamentos, estão parados”.
O deputado do União Brasil confidenciou também que o governador Jorginho Mello disse que o Ministério Público e Tribunal de Contas já estão sabendo dessas informações.
Já o deputado Marquito, do Psol, disse num outro áudio que até é favorável a criação de uma nova CPI para investigar as supostas denúncias do governador Jorginho Mello sobre os contratos. “Foi apresentado um cenário muito superficial, tem que esmiuçar o que eles estão falando pra entender se tem superfaturamento e se teve algum desvio, do ponto de vista das renúncias fiscais e tributárias”.
O jornalista Emanuel Soares esteve na Alesc na manhã de quinta-feira e pode averiguar que a CPI poderia unir o PL e a esquerda numa única ideia. Para a abertura da CPI, é necessário 16 assinaturas dos 40 deputados estaduais da Alesc.
Então o PL tem 11 deputados, o PT tem 4 deputados, o Psol tem 1 deputado, 1 deputado do União Brasil já disse que assinaria, e os deputados do Partido Novo, do PDT e do PTB também assinariam o requerimento, num total de 20 assinaturas.
O que poderia impedir toda essa movimentação seria justamente o trabalho de base do MDB e do PSD, e aí leia-se Mauro de Nadal e Júlio Garcia, que estiveram do lado de Carlos Moisés, principalmente nos dois últimos anos de gestão.
Há que se aguardar as próximas movimentações, mas é fato que Jorginho Mello jogou a isca para os deputados e agora espera para ver qual o tamanho do peixe que vai tirar desse anzol.
