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Brasil perde na Copa e mercado financeiro reage mal com o nome do ministro da Economia

Depois da derrota do Brasil na copa do Mundo do Catar, as atenções se voltam para os assuntos internos. Mas mesmo antes da partida começar, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou cinco ministros do seu governo. Se Lula cumprir as promessas de campanha, ele deverá ter, pelo menos, 33 ministérios.

O ministro da Fazenda será o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que já foi ministro da Educação por quase sete anos (entre 2005 e 2012) nos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). Em 2022 Haddad disputou a eleição para o Governo do Estado de São Paulo e foi derrotado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O mercado financeiro não aceitou bem o nome do novo ministro da Economia e esperava uma nomeação mais técnica e não política.

Membros da equipe econômica que criaram o plano real nos governos de Itamar Franco (PMDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como Pedro Malan, Edemar Bacha, Armínio Fraga e Pérsio Arida, tinham declarado voto para Lula, mas depois da vitória do petista se afastaram do novo governo por não concordarem com as falas de Lula e com os planos da equipe de transição para a economia do país.

MAIS NOMES

Para o Ministério da Defesa, Lula anunciou José Múcio (PTB), ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-deputado federal. Com tradição em partidos de direita, como PFL (hoje União Brasil) e PTB, Múcio foi deputado por Pernambuco por cinco mandatos e nomeado por Lula como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (2007-2009) e Ministro do TCU (2009-2021).

Múcio é uma espécie agrado para a aliança que elegeu Lula e os órgãos envolvidos com a Defesa, em especial os militares. Lula já havia firmado o compromisso de que não colocaria um militar na pasta, pois os aliados não iriam aceitar a chamada “militarização do governo”, mas representantes das Forças Armadas indicaram que também não aceitariam um nome estritamente político e a solução foi indicar José Múcio.

No Ministério da Justiça o nome escolhido foi o do senador eleito e ex-governador Governador do Maranhão por dois mandatos, Flávio Dino (PSB). Ele é um dos principais articuladores e aliados de Lula no Nordeste e entre os estados que compõe a Amazônia Legal. Ele, no entanto, é contra o desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas, o que irá ocorrer.

Rui Costa (PT), governador da Bahia por duas vezes, e apadrinhado pelo senador e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), será o comandante da Casa Civil. Tido como um homem sério, bem articulado e extremamente leal, seu nome chegou a ser especulado para a sucessão de Lula em 2018 e segue como uma das prospecções de Lula e Wagner para o futuro no Palácio do Planalto.

Nas Relações Exteriores o nome anunciado foi o de Mauro Vieira, ex-chanceler e embaixador Diplomata de carreira. Ele ocupou o Itamaraty no final do governo Dilma, entre 2015 e 2016 e após o impeachment, tornou-se embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) e hoje representa o país na Croácia.

Já no fim de semana, Lula deve anunciar mais nomes do seu governo que começará em 1º de janeiro de 2023. Cogita-se que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) será o responsável pela articulação do governo com o Congresso.

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