Portal Making Of

Câmara de Florianópolis tem o primeiro vereador cassado da sua história

 

“Posso ter pecado pelo excesso, mas não pequei por omissão”. Esse foi um trecho do último discurso do vereador Maikon Costa (PL), primeiro vereador cassado da história da Câmara Municipal de Florianópolis.

 

Dos 22 vereadores que votavam na aprovação ou não do relatório final da Comissão de Ética, feito por Diácono Ricardo (PSD), 17 aprovaram o pedido de cassação e apenas o vereador Afrânio Boppré (Psol) e as vereadoras Manu Vieira (Novo), Cintia Mendonça (Psol) e Tânia Ramos (Psol) votaram pela rejeição do pedido. O vereador Renato da Farmácia (PSDB) não computou seu voto.

 

Mas essa era uma matéria com um fim previsível, onde já era esperada essa votação depois que a sessão da última quarta-feira, 28, foi encerrada por falta de quórum e votos para cassar o vereador do PL.

 

Maikon Costa credita a sua cassação é fruto das críticas e denúncias que fez contra a administração de Topázio Neto (PSD) e como o prefeito tem maioria na Câmara, era difícil reverter o quadro.

 

Os 17 vereadores que votaram pela aceitação do parecer de Diácono Ricardo entenderam que Maikon cerceou as ações do vereador suplente autor da ação, Sargento Mattos (PL), no período em que exerceu o mandato, em setembro de 2023.

 

Mas independente do entendimento jurídico, a cassação, como acontece nos diversos parlamentos, geralmente tem um víeis político. E como Maikon, como ele mesmo reconhece, não era uma pessoa fácil de se lidar, era considerado chato, contestador, e tinha desavenças com outros vereadores, principalmente com Maryanne Mattos (PL) e Priscila Fernandes (Podemos), acabou pagando o preço muito mais por isso do que realmente pela denúncia.

 

Em três outras ocasiões Maikon já teve um pedido de cassação contra ele, mas duas foram vetadas antes de ir a plenário e no pedido de 2019 não houve número suficiente para aprovar a cassação.

 

Fato é que, a partir de 5 de março de 2024, Maikon Costa deixará de ser vereador para, talvez, ser a maior pedra no sapado da administração.

 

Com a saída de Maikon, quem tem direito de assumir o posto é o primeiro suplente Bruno Becker (PL), que atualmente exerce a função de Coordenador Executivo de Educação Complementar na Prefeitura da Capital.

 

Ironicamente, se Becker decidir ficar na administração municipal, quem vai herdar o cargo de vereador é justamente o segundo suplente Sargento Mattos (PL).

 

Mas a advogada do vereador Maikon disse no plenário que essa decisão pode ser contestada na Justiça e é o que ela deve fazer nos próximos dias. Então vamos esperar os próximos capítulos de uma batalha que deve se estender até o fim das eleições municipais de 2024.

 

Veja o vídeo da sessão que cassou Maikon Costa (PL):

 

 

 

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Leia mais