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Carlos Moisés quer apenas terminar o mandato e ir descansar

O governador Moisés (Republicanos) falou pela primeira vez depois do primeiro turno das eleições estaduais numa entrevista concedida para a Rádio Som Maior, de Criciúma, e disse que se reservará o direito de não revelar o voto no segundo turno.

Claramente a única preocupação do governador do Estado é entregar o que prometeu, terminar o mandato e ir para Ipuã, em Laguna, para descansar e ver como os caminhos da política vão se apresentar para ele no futuro.

Moisés disse não ter intenção de disputar nenhum cargo nas próximas eleições, mas todos sabemos que, quando se tira um tempo sabático e esse tempo passa, volta também a vontade de fazer parte novamente do espetáculo.

A ironia do destino de Carlos Moisés é que ele perdeu a eleição pela mesma onda que levou o desconhecido bombeiro para o Centro Administrativo. E talvez o seu pecado maior tenha sido confiar muito na sua administração e ter desdenhado a figura de um presidente da República que ainda tem a força de eleger um número, seja ele qual for.

“Os catarinenses esqueceram da importância da eleição estadual, escolheram o desconhecido e vão se aventurar mais uma vez”.

Em 2018 os catarinenses queriam mudar, os militares estavam em alta naquele momento, e Moisés estava no lugar certo na hora certa. Depois disso o 17 acabou fazendo o resto que todo mundo já sabe.

Ele passou dos 2,6 milhões de votos no segundo turno daquela eleição para pouco mais de 600 mil votos de 2022, mas talvez esses são os que tenham realmente a noção de quem é o governador Carlos Moisés da Silva.

O maior pecado da sua campanha foi não saber administrar bem o caso da compra dos respiradores e do uso das aeronaves ambulâncias. A sua assessoria o deixou sozinho explicando algo que o eleitor já tinha como fato.

Há 79 dias de entregar as chaves da Casa D´Agronômica para o próximo governador de Santa Catarina, Moisés seguirá fazendo o trabalho para fechar as contas e entrar para história. Para uns, uma história com tropeços, mas de sucesso. Para outros, uma história triste que não deve ser revivida.

O fato é que o não há como esquecer e desprezar a trajetória de Carlos Moisés, que foi o governador que se obrigou a administrar um estado numa situação de pandemia que tirou tudo do prumo e bagunçou a política mundial.

Segundo o governador, ele fugiu dos movimentos políticos e tomou as suas decisões de acordo com o que era necessário para aquele momento. “A minha missão foi salvar o maior número de catarinenses”.

Disse também que “na trajetória de cada um de nós, na esfera das suas contribuições, o tempo é que vai revelar as decisões corretas, o caminho que foi adotado, se é o mais certo, e principalmente a coerência. Eu não me trairia, deixando a minha coerência de lado, tudo que a gente fez a gente fez acreditando muito”.

Quando decidiu não colar seu nome ao de Jair Bolsonaro, Moisés acreditava que o que fez nos quatro anos serviria para levá-lo, pelo menos, para o segundo turno, mas se enganou.

Ele confidenciou ter dito que “agora nós vamos ver se as pessoas realmente acompanham a política e sabem o que o seu candidato está fazendo na máquina pública e eu descobri que ninguém sabe o que a gente faz no governo e que obra também não dá voto”.

Sobre o segundo turno, Carlos Moisés disse que vai voltar para o Colégio São José, em Tubarão, para votar duas vezes, pois entende que todos temos que fazer uma escolha nesse momento. “Todos nós precisamos ser mais políticos para ter um resultado descente nas urnas”, finalizou.

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