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Cinema brasileiro disputa a Palma de Ouro e é o convidado de honra no Festival de Cannes

Kleber Mendonça e Wagner Moura, nossos representantes em Cannes (Foto: Divulgação)

Estamos em plena semana do Festival de Cinema de Cannes. Se o Oscar é a competição mais popular, Cannes é a mais reverenciada na comunidade cinematográfica e entre os cinéfilos do mundo todo.

Nós temos motivo especial para acompanhar o festival francês nessa sua 78ª edição: o cinema brasileiro concorre à Palma de Ouro com “O agente secreto”, filme de Kleber Mendonça Filho, com Wagner Moura. O Brasil é também o convidado de honra do Marché du Film (Mercado do Filme), além de marcar presença nas mostras Cannes Classics, Quinzena dos Realizadores e Semana da Crítica. Além disso, a diretora pernambucana Marianna Brennand recebe o prêmio Woman in Motion.

“O Agente Secreto” concorre com outros nove longas europeus e norte-americanos e, segundo levantamento da empresa Brasil Apostas, nossa chance de vencer a disputa é de apenas 5,4%. Vale torcer mesmo assim? Sim, claro. O filme escrito e dirigido por Kleber Mendonça se passa no Brasil, em 1977,  em plena ditadura militar. Marcelo – personagem de Wagner Moura –  trabalha como professor de tecnologia e , aos 40 anos de idade, resolve trocar a agitada São Paulo por Recife, tentando fugir do seu passado violento e misterioso. Ele chega à nova cidade na semana do Carnaval e percebe com o decorrer do tempo que atraiu para si o caos do qual ele sempre quis fugir.  O lugar que ele pensou que o acolheria, ficou muito longe de ser o seu refúgio, onde é até espionado por seus vizinhos.

Talvez  a opinião do diretor seja suspeita, mas para Kleber Mendonça, esse é o melhor trabalho de Wagner Moura no cinema. A indicação a melhor ator no festival francês seria o coroamento do grande momento da carreira internacional desse intérprete brasileiro.

“O Agente Secreto” será exibido em Cannes no domingo, 18 de maio. Cinéfilos brasileiros a postos na torcida, amém!

 

O que rolou nos primeiros dias de Festival

  • A presidência da 78ª edição do Festival de Cannes coube este ano à maravilhosa Juliette Binoche. Na cerimônia de abertura, a atriz francesa fez uma homenagem à fotojornalista Fatima Hassouna, morta em um bombardeio em Gaza, dizendo que ela “deveria estar conosco esta noite”.

 

 

  • O homenageado especial foi Robert De Niro. O ator recebeu a Palma de Ouro honorária das mãos do colega Leonardo DiCaprio, com quem atuou várias vezes.. Na primeira vez que os dois trabalharam juntos DiCaprio tinha apenas 19 anos, a mais recente foi em “Assassinos da Lua das Flores”, em 2023. De Niro ouviu um emocionado Leonardo dizer: “Não seria o ator que sou hoje sem ele. Obrigado, Bob, por tudo”.

 

 

  • Ao agradecer os longos aplausos dos colegas presentes, Robert De Niro aproveitou para se posicionar sobre as medidas do presidente norte-americano Donald Trump. “A arte está sob ataque do atual governo dos Estados Unidos e essa não é apenas uma preocupação nossa, mas global. Os artistas são uma ameaça aos autocratas e fascistas”, apontou De Niro.

 

 

  • Outro astro americano que brilhou em Cannes foi Tom Cruise. Ele foi aplaudido durante cinco minutos depois da exibição de “Missão Impossível – O Acerto Final”, oitavo filme da franquia, da qual ele se despede definitivamente. Para os fãs da saga: o filme chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 22 de maio.

 

 

  • “Para Vigo Me Voy!”, documentário sobre a trajetória do cineasta brasileiro Cacá Diegues, também fará sua estreia no Festival de Cannes. Cacá, falecido no ano passado, participou da mostra francesa com oito filmes ao longo da carreira.

 

 

  • Uma curiosidade: este ano, a organização do Festival proibiu oficialmente a nudez e roupas volumosas no tapete vermelho. Não chega a ser uma novidade, mas o festival reforçou a regra depois que Bianca Censori, mulher do astro Kanye West, apareceu praticamente nua no tapete do Grammy deste ano. Quanto aos mega vestidos, foram proibidos por atrapalhar o ir e vir dos outros convidados.

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Destaques dos lançamentos em streaming

 

Maria Callas – direção: Pablo Larraín – Prime Video – 2025

O chileno Pablo Larraín tornou-se especialista em cinebiografias (  Jackie Onassis e a princesa Diana). Agora é a vez da extraordinária soprano Maria Callas, vivida por Angelina Jolie. O filme relata os últimos anos da diva de forma reverente. Angelina foi indicada ao Globo de Ouro pelo papel, mas foi esquecida no Oscar.  (veja o trailer)

 

 

 

Sing Sing – direção: Greg Kwedar – Prime – 2023

Colman Domingo, indicado ao Oscar pelo papel, é  Divine G, um homem preso injustamente que encontra um novo propósito ao se unir a um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detentos, ele embarca em um projeto artístico que vai além das grades, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resiliência. A chegada de um novo integrante, cauteloso e desconfiado, desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão. Juntos, os homens decidem encenar sua primeira peça cômica, e o processo criativo se torna um caminho para reconciliação consigo mesmos e com suas histórias. Baseado em uma comovente história real.

 

Franklin – minissérie –  08 episódios – Netflix – 2025

Baseada nas obras de Stacy Schiff, a minissérie acompanha a vida do cientista e inventor Benjamin Franklin desde sua infância até seus últimos anos. Mais conhecido por suas descobertas sobre a eletricidade, a trama também explora a trajetória do personagem como uma das mais importantes figuras da história dos EUA. Michael Douglas é o protagonista.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

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Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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