A Páscoa vem ganhando cada vez mais espaço nas estratégias de marketing de influência. Segundo dados da plataforma Influency.me, só em 2023 as campanhas com influenciadores nesse período ultrapassaram 63 milhões de visualizações, um crescimento de 79% em relação ao ano anterior. O dado confirma a relevância da data para marcas que apostam em criadores de conteúdo como ponte com o consumidor — especialmente os de nicho gastronômico.
“O papel do influenciador é refletir aquilo que o usuário busca nas redes para que ele se identifique e se interesse pelo conteúdo. Sabendo disso, as marcas entendem que a procura por receitas especiais para a Páscoa é um assunto em alta, então buscam influenciadores que entreguem esse tipo de conteúdo”, explica Gabriel Nicolin, coordenador de Marketing de Influência da Influency.me.
Embora o segmento de gastronomia se destaque, há também espaço para perfis de lifestyle e família, sobretudo em conteúdos que abordam celebrações e presentes. “A preferência recai sobre criadores capazes de contar uma boa história, de forma orgânica, fugindo daquele conteúdo quadrado e lido que entrega a publicidade logo de cara”, completa Nicolin.
Criatividade, autenticidade e contexto
Mais do que o nicho, as marcas têm priorizado influenciadores que entreguem qualidade, contexto e uma narrativa natural. “Hoje, o que vale é a autenticidade e a capacidade de inserir a marca na rotina de forma verdadeira. Isso se aplica tanto a grandes redes quanto a produtores artesanais”, afirma Giulia Azevedo, talent manager na Influency.me.
Para ela, há espaço tanto a marcas locais quanto para grandes indústrias, desde que a estratégia seja adequada ao seu porte. “Negócios menores devem buscar influenciadores regionais, com audiência localizada, para garantir que a mensagem não se perca. O investimento pode ser mais enxuto, mas ainda assim muito efetivo”, pontua Giulia.
Dados que impulsionam o período
De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva, em 2025 até 86% dos brasileiros, ou 140 milhões de pessoas, pretendem comprar produtos relacionados à Páscoa. Em 2024, eram 81%.
“Por se tratar de uma data com forte simbologia religiosa e afetiva, os conteúdos mais emocionais costumam performar melhor. Mesmo quando o criador não é religioso, a memória afetiva da infância e da convivência familiar se traduz em uma linguagem mais conectada”, explica Giulia.
Além de chocolates, outros segmentos também aproveitam o momento para se destacar. “Vemos uma presença forte de marcas de alimentos usados nas receitas da Sexta-Feira Santa, como peixes e acompanhamentos. Também há movimentação em decoração, principalmente com conteúdo de mesa posta”, completa Gabriel Nicolin.
O que funciona nas campanhas?
Na lista de formatos que mais engajam, as receitas lideram com folga, seguidas por tutoriais DIY, experiências em família e, por fim, unboxings. “É um momento em que as pessoas sentem vontade de colocar a mão na massa. O conteúdo que ensina a usar determinado produto em uma receita tem alto potencial de viralização”, explica Nicolin, coordenador na Influency.me.
Segundo ele, apesar de a conversão direta não ser o principal foco, as marcas valorizam muito o alcance. “A Páscoa não tem um apelo promocional tão intenso quanto outras datas, então vivemos um momento de exposição, de reconhecimento de marca, mais do que de venda direta”, finaliza.