Após quase dois meses de campanha, a vacina bivalente contra a Covid-19 está com baixa procura pelos grupos de maior risco no país. De acordo com o Ministério da Saude, até a última quinta-feira, 20, foram aplicadas 9,7 milhões de doses do imunizante. O número corresponde a apenas a 17,6% das 55 milhões de pessoas desse público-alvo.
Segundo o diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde , Éder Gatti, o movimento antivacinas é um dos principais responsáveis pela baixa adesão a vacina.
“Enquanto [o governo anterior] oferecia vacina, havia um discurso oficial contra a credibilidade delas, o que alimentou um movimento que perdura até hoje. A gente imaginava que enfrentaria muita dificuldade, havia muita gente jogando contra. E, de fato, o número demonstra o tamanho da resistência criada”, afirmou Gatti.
“A gente vai lançar em breve uma ação de multivacinação. Temos problemas também em vacinas da rotina, e muitas crianças estão desprotegidas. A vacina contra covid estará nessa ação”, completou Éder Gatti.
A campanha de vacinação não tem data de encerramento prevista e, o governo tem como meta a imunização de 90% do público-alvo.
As vacinas bivalentes da Pfizer protegem contra a variante original do vírus da covid-19 e das cepas que surgiram posteriormente, como a Ômicron. Podem receber o imunizante: quem tem mais de 60 anos; pessoas entre 12 e 59 anos; pessoas com algum tipo de comorbidade; indígenas, ribeirinhos e quilombolas; trabalhadores da saúde; gestantes e puérperas; presos, adolescentes em medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional.