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[ESPECIAL] O alto custo das queimadas para a economia e para a saúde

Imagem: Índice de qualidade do ar (IQA) e poluição do ar PM2,5 em Santa Catarina, a cor vermelha indica que o ar está insalubre em praticamente todo o Estado/ Crédito: IQAIR, reprodução.

Imagine uma economia que, até recentemente, estava se desenvolvendo de forma promissora, mas que é abruptamente interrompida por uma catástrofe ambiental. É exatamente isso que está acontecendo no Brasil, onde as queimadas estão causando estragos não apenas no meio ambiente, mas também na economia e na saúde pública. Um exemplo alarmante é a situação de Florianópolis, onde a qualidade do ar foi severamente comprometida pela fumaça das queimadas. Situação que se estende por Santa Catarina.

 

Fonte: IQAIR, qualidade do ar em Florianópolis para os próximos dias

Poluição do ar em Florianópolis: alerta vermelho! Florianópolis, a encantadora capital de Santa Catarina, conhecida por suas paisagens naturais e praias deslumbrantes, está enfrentando um problema grave com a qualidade do ar. Dados recentes do site IQAir indicam que a concentração de PM2,5 na cidade é 11 vezes superior ao valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar do Índice de Qualidade do Ar (AQI) médio de 43 ser considerado “bom”, os níveis de poluentes podem variar drasticamente, refletindo uma situação de crise em certos períodos e áreas.

 

Principais Poluentes e Seus Efeitos. Os principais poluentes em Florianópolis são o ozônio (O3), o dióxido de nitrogênio (NO2) e as partículas inaláveis (PM2.5 e PM10). O ozônio, resultante da reação entre substâncias químicas emitidas por veículos e indústrias, e o dióxido de nitrogênio, emitido principalmente por esses mesmos veículos e fontes industriais, estão contribuindo para a deterioração da qualidade do ar. As partículas inaláveis, que incluem PM2,5 e PM10, são liberadas por queimadas, veículos e indústrias, exacerbando o problema. A exposição a esses poluentes pode causar problemas respiratórios como asma e bronquite, além de aumentar o risco de doenças cardíacas e câncer. A situação é preocupante para os moradores e visitantes da cidade, que devem tomar precauções, como evitar atividades ao ar livre durante os períodos de alta poluição e usar máscaras de proteção.

 

Impactos Econômicos das Queimadas. As queimadas têm um impacto devastador na economia brasileira, afetando setores cruciais e provocando danos abrangentes. A perda de biodiversidade resultante da destruição de habitats naturais compromete o turismo ecológico e a pesquisa científica, prejudicando a economia local e nacional. A degradação do solo reduz a sua fertilidade, tornando-o mais suscetível à erosão e dificultando a recuperação da vegetação, o que afeta diretamente a agricultura e a pecuária, essenciais para a economia do país. Além disso, o aumento dos custos de produção para agricultores e pecuaristas, a dificuldade de acesso a recursos hídricos e as perdas financeiras para o setor de seguros são consequências diretas dos incêndios, impactando diversos setores da economia.

 

Impactos na Saúde Pública. Os efeitos das queimadas na saúde pública são igualmente preocupantes. A piora da qualidade do ar devido à fumaça, que contém partículas finas e gases tóxicos, aumenta o risco de doenças respiratórias e cardíacas. A exposição à fumaça também causa alergias, irritação nos olhos e problemas de pele, e pode transportar patógenos que elevam o risco de doenças infecciosas. Além disso, a saúde mental da população pode ser prejudicada pelo estresse, ansiedade e depressão provocados pela exposição à fumaça e pelos danos materiais causados pelos incêndios. O sistema de saúde enfrenta um impacto financeiro significativo com o aumento dos custos de atendimento médico e hospitalar devido às complicações de saúde geradas pelos incêndios.

 

Passou da hora!

Embora o governo brasileiro atual seja sensível às causas ambientais, ele acabou se perdendo nas urgências de toda ordem nestes quase dois anos de mandato. A resposta do governo tem sido tardia, e os resultados de suas ações são limitados. As queimadas continuam a se espalhar, e os impactos econômicos e ambientais têm sido devastadores. Apenas esta semana, o Presidente Lula anunciou pelas redes sociais que encaminhou ao Congresso uma proposta de Medida Provisória para criar o estatuto jurídico da Emergência Climática, visando acelerar as políticas públicas de enfrentamento aos extremos climáticos. A intenção é estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico que dê suporte às ações do governo. No entanto, esse atraso também reflete principalmente os mandatos presidenciais anteriores e a ausência de efetividade nas políticas públicas para barrar o desmatamento, as queimadas e a aceleração dos efeitos climáticos.

Imagem: Poluição do ar em Florianópolis: alerta vermelho, o ar está insalubre na Capital / Crédito: IQAIR – reprodução.

Se a situação no governo federal é assim, o que dizer sobre o governo estadual e os governos municipais? Além disso, a velha retórica de que as regras para preservação ambiental provocam atraso econômico e a necessidade de desmantelar órgãos de fiscalização ambiental para abrir portas ao desenvolvimento econômico e ao Plano Diretor inconstitucional está evidenciada. Sem preservar o meio ambiente, a instabilidade econômica e o caos social podem alcançar patamares jamais vistos.

As queimadas representam um problema complexo com impactos negativos profundos em diversos setores da sociedade. Para mitigar esses efeitos, é fundamental investir em estratégias de prevenção e combate a incêndios, promover a educação ambiental e fortalecer políticas públicas de proteção ao meio ambiente. Também é necessário combater aqueles que propagam a onda anti-preservação ambiental, atitude que dá respaldo e pode até incentivar ações criminosas, como o ato de atear fogo para prejudicar a imagem e a reputação do atual governo. Trata-se de um jogo onde todos perdem, mesmo com a falsa impressão de que a estratégia é adequada.

A resposta do governo brasileiro tem sido lenta e frequentemente inadequada. A recente proposta de Medida Provisória para criar uma autoridade climática é um passo positivo, mas é necessário um esforço coordenado entre governo, empresas e cidadãos para enfrentar de forma eficaz essa crise ambiental. A consciência sobre a importância da sustentabilidade e o apoio a iniciativas como o “Pacto Econômico com a Natureza” são essenciais para construir um futuro mais resiliente e sustentável.

 

A qualidade do ar em Florianópolis é um retrato assustador da realidade

Imagem: Recomendações para quem mora em Florianópolis / Crédito: IQAIR – reprodução.

Florianópolis, a capital de Santa Catarina, é conhecida por suas praias lindas e paisagens naturais. No entanto, a qualidade do ar na cidade é um tema que tem sido objeto de preocupação nos últimos dias. Segundo dados do site IQAir, que fornece informações sobre a qualidade do ar em tempo real, a situação é motivo de atenção. A concentração de PM2,5 em Florianópolis é atualmente 11 vezes o valor anual da diretriz de qualidade do ar da OMS. A recomendação, segundo o site IQAir para os parâmetro verificados na Capital é que as pessoas evitem exercícios ao ar livre, fechem as janelas para evitar o ar externo, usem purificador de ar e usem máscara ao ar livre. Exagero? Não, necessidade para evitar danos maiores a saúde, especialmente para as pessoas mais sensíveis e com problemas respiratórios.

Índice de Qualidade do Ar. O índice de qualidade do ar (AQI) é uma medida que varia de 0 a 500, sendo que valores mais altos indicam piores condições de qualidade do ar. Em Florianópolis, o AQI médio é de 43, o que é considerado “bom” de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, é importante notar que os valores de AQI podem variar significativamente ao longo do dia e entre diferentes regiões da cidade.

Poluentes Principais. Os principais poluentes presentes no ar em Florianópolis são o ozônio (O3), o dióxido de nitrogênio (NO2) e as partículas inaláveis (PM2.5 e PM10). O ozônio é um poluente secundário formado pela reação entre substâncias químicas emitidas por veículos e indústrias, enquanto o dióxido de nitrogênio é emitido principalmente por veículos e indústrias. As partículas inaláveis, por sua vez, são emitidas por fontes como veículos, indústrias e queimadas.

Efeitos na Saúde. A exposição a poluentes como ozônio, dióxido de nitrogênio e partículas inaláveis pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo problemas respiratórios, como asma e bronquite, além de aumentar o risco de doenças cardíacas e câncer. É importante que os moradores e visitantes de Florianópolis tomem medidas para minimizar sua exposição a esses poluentes, como evitar atividades ao ar livre durante períodos de pior qualidade do ar e usar máscaras de proteção.

A qualidade do ar em Florianópolis é um tema que requer atenção e ação. Embora o AQI médio seja considerado “bom”, é importante reconhecer que os valores de AQI podem variar significativamente e que os poluentes presentes no ar podem ter efeitos negativos na saúde. É fundamental que os governos, empresas e cidadãos trabalhem juntos para reduzir as emissões de poluentes e melhorar a qualidade do ar na cidade.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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