
A omissão da direção do Figueirense neste momento crítico é, no mínimo, lamentável. O time afunda rodada após rodada, a torcida clama por respostas, e o silêncio da cúpula é ensurdecedor. Não há uma coletiva, uma explicação, sequer um gesto de respeito ao torcedor que, mesmo desgastado, segue acompanhando o clube. Falta transparência, falta liderança e, principalmente, falta sensibilidade com quem carrega o Figueira no coração. O torcedor não exige milagres, exige verdade, planejamento e presença. Mas os dirigentes parecem esconder-se nos bastidores, distantes do caos que ajudaram a construir. Onde estão os responsáveis por esse projeto que não anda, que não convence e que não se comunica? O Figueirense vive uma crise dentro e fora de campo, e a ausência da direção só aprofunda o abismo entre clube e torcida.
Sem pontos, sem futebol, sem futuro
O Figueirense amarga um dos piores começos de campanha de sua história recente na Série C do Campeonato Brasileiro. Em cinco partidas disputadas, somou míseros dois pontos, com dois empates e três derrotas. Isso o coloca na lanterna da competição e em um cenário que beira o irreversível. A matemática é cruel: para escapar do rebaixamento, precisaria de pelo menos 18 pontos nos próximos 14 jogos. Para sonhar com classificação? 28. Difícil de acreditar, quase impossível de ver.
Sem identidade

O empate melancólico em 1 x 1 contra a Itabaiana, em Sergipe, escancarou a dura realidade do alvinegro: o futebol é pobre, a equipe parece desorganizada e o coletivo inexiste. Pintado, técnico recém-chegado, esteve pela primeira vez à beira do campo, mas não conseguiu mudar o cenário. As peças que herdou são limitadas, e algumas apostas já falharam. Para piorar, não terá Gabriel Santiago, expulso, no próximo compromisso. Recomeçar, mais uma vez, do zero.
Pressão no Scarpelli
O próximo desafio será contra o Ituano, um time recém-rebaixado da Série B, estruturado, competitivo e que vem fazendo uma campanha sólida. Não será jogo fácil, e o torcedor sabe disso. A expectativa no Scarpelli não é de apoio incondicional, mas de um julgamento. O clima nas redes sociais é de revolta. A torcida chama o time de “sem vergonha” e, mais do que isso, demonstra ter perdido a paciência e a fé.
Ausência de projeto

A verdade que salta aos olhos é a diferença brutal de investimento entre o Figueirense e as equipes que hoje brigam na parte de cima da tabela. Enquanto outros clubes se estruturam, profissionalizam e buscam acesso, o Figueira vive um presente de incertezas. A Clave Capital, que antes ao menos emprestava recursos, sumiu. O que resta ao clube? Um elenco barato, limitado e sem soluções.
Torcida no limite
O técnico Pintado fala em reação. Claro, é seu papel. Mas a realidade é outra. O Figueirense não dá sinais de que possa mudar esse panorama a curto prazo. Os jogos seguem, os pontos não vêm, o desempenho não melhora e o torcedor… esse já está à beira de jogar a toalha. A verdade é que a Série D, infelizmente, não é mais um pesadelo distante. É um espectro muito real. E ele ronda o Scarpelli com força.