O governador eleito Jorginho Mello (PL) tem tido um ambiente muito tranquilo na transição com a administração de Carlos Moisés e também para fazer as engenharias políticas para formar o secretariado e ter a maioria da bancada na Assembleia Legislativa.
Junto com todos esses assuntos, Jorginho também já está pensando nas composições políticas visando as eleições municipais de 2024. Em Florianópolis, Jorginho deve ter um bom entendimento com o prefeito Topázio Neto (PSD) e até pode ser que o PL o apoie.
Em Joinville, a vice-governadora eleita Marilisa Boehm (PL) já vem mantendo boas conversas com o prefeito Adriano Silva (Novo), pois ele também irá para a reeleição e vai precisar de uma coligação para ter tempo de TV.
Em Blumenau, o PL tem como a bola da vez o deputado estadual Ivan Naatz, que já começou as negociações para trazer o prefeito Mário Hildebrandt, hoje no Podemos, para o Partido Liberal.
Em Chapecó, o prefeito João Rodrigues está descontente com os rumos do PSD e o presidente Jair Bolsonaro já colocou o PL a disposição dele, pois Rodrigues também está de olho numa das vagas no senado em 2026.
JÚLIA ZANATTA x CLÉSIO SALVARO
O maior problema pode estar na cidade de Criciúma, pois o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) tem como uma das opositoras mais atuantes a deputada federal eleita do PL, Júlia Zanatta. De quebra, Júlia tem o também deputado federal eleito Ricardo Guidi (PSD), que é seu primo, do seu lado numa futura disputa pela prefeitura.
Salvaro postou no seu Twitter uma foto da visita que fez na segunda-feira, 21, junto com Dalírio Beber (PSDB), ao escritório de Jorginho Mello, em Florianópolis, e a deputada fez um comentário um tanto contrariada.
No comentário do post, Júlia escreveu “Olha ele… Se apressou, heim!? Não elegeu ninguém, né!? Que pena!”. Essa reação mostra a dificuldade que Jorginho terá para conseguir juntar a situação da cidade com o seu partido, pois Júlia tem a intenção de ser a candidata a prefeita do PL em 2024 ou de colocar alguém do partido para disputar com o candidato do atual prefeito.
Essa costura política do PSDB de Salvaro e Dalírio com o governo de Jorginho Mello é essencial para os tucanos, pois o partido cometeu todos os erros possíveis nas eleições de 2022 e acabou com apenas 2 deputados estaduais e perdeu a vaga da deputada federal Geovânia de Sá, que não se reelegeu.
O problema é que Júlia Zanatta é uma figura bolsonarista raiz e dificilmente Jorginho Mello conseguirá demovê-la da ideia de não aceitar uma composição com Clésio Salvaro. É o primeiro problema político que Jorginho terá que resolver nos primeiros meses de governo para conseguir fazer uma coligação forte capaz de vencer também em Criciúma.
