O dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, convidou Ricardo Patah, que é o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, para conhecer as instalações da sua empresa em Brusque, Santa Catarina, mas também para uma conversa sobre as plataformas internacionais de compra.
Há anos como apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Hang foi favorável que as contribuições sindicais fossem facultativas e não obrigatórios e apoiou todas as medidas de Bolsonaro contra as centrais sindicais.
Essa foi a primeira vez que se soube que Luciano Hang chamou um representante de sindicato para conversar sobre o mercado e sobre o perigo de perda de postos de trabalho.
No encontro, o dono da Havan apontou que essas plataformas internacionais estão dizimando pequenas, médias e grandes varejistas brasileiras sem pagar impostos, e pediu ajuda para combater este cenário.
Luciano Hang estava se referindo as gigantes chinesas Shein e AliExpress, e também para a Shopee, de Singapura, e a americana Wish.
Segundo o material que ele entregou para Ricardo, apenas em impostos, as varejistas internacionais digitais fizeram com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em impostos no ano de 2022 e estima-se que esse valor ultrapasse os R$ 100 bilhões já em 2023.
A UGT de Ricardo Patah é a Central Sindical com maior força no setor de serviços no Brasil. O presidente da União Geral dos Trabalhadores disse para Luciano Hang que iria entregar o documento elaborado por ele à Luiz Marinho, ministro do Trabalho, numa reunião que aconteceu na última sexta-feira, 10.
Não se sabe se depois desse encontro e depois da reunião que Patah teve com Luiz Marinho eles voltaram a conversar, mas os empresários das grandes redes de varejo tentam há muito tempo barrar o avanço dessas plataformas de compra internacionais por conta de uma suposta concorrência desleal.
