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Mesmo com mais turistas, bares e restaurantes de SC ainda tentam equilibrar finanças

Foto: Divulgação
A maior parte dos bares e restaurantes de Santa Catarina não conseguiu repassar para os preços a alta de custos acumulada entre esse e o último verão. As informações foram coletadas pela Abrasel SC em estabelecimentos de alimentação fora do lar de todo o estado e levam em conta o período entre 1º de janeiro e 4 de março. O levantamento mostra que 58% dos empresários não reajustaram os cardápios acima da inflação e que somente 33,8% tiveram lucro.

Segundo a pesquisa, 44,3% dos estabelecimentos reajustaram seus preços em até 5%. Outros 13,8% dos empresários mantiveram iguais aos do ano passado os preços nos cardápios. Em 2024, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) ficou em 6,54%. “Os empresários convivem com um grande dilema: aumentar preços e correr o risco de perder clientes ou sacrificar margens de lucro para preservar o volume de negócios. Essa é uma situação preocupante, mas ainda real, como traz a pesquisa”, diz Juliana Debástiani, presidente da Abrasel SC. Os dados mostram que 29% dos empresários ouvidos pela entidade aumentaram os preços em até 10% de um ano para o outro – e menos de 13% aplicaram reajustes de 15% ou mais.

A pressão de custos impacta na lucratividade dos negócios. Dois em cada três bares e restaurantes declararam que não tiveram lucro na temporada. A maioria manteve as contas equilibradas, mas 7,6% tiveram prejuízo.

Juliana Debástiani diz que os resultados confirmam uma percepção do setor. Apesar da alta no fluxo de turistas, a recuperação financeira de bares e restaurantes ainda está longe de acontecer. “Vemos que a maioria dos empresários segue operando no limite, enfrentando custos elevados de insumos, endividamento, dificuldades na contratação de mão de obra e uma carga burocrática pesada”.

Na pesquisa, 91% dos empresários afirmaram terem recebido turistas durante a temporada. Quando analisado o cenário do estado, 36,1% dos empresários afirmaram que o movimento foi maior. Outros 27,2% consideraram a demanda similar à do ano passado – e 36,2% tiveram um movimento menor. Já na Grande Florianópolis e Litoral Sul, 49% e 48% dos estabelecimentos, respectivamente, tiveram uma movimentação maior. Sobre os turistas, 68% observaram um aumento da presença de argentinos, seguidos por catarinenses, gaúchos, paranaenses e paulistas.

Mais de 66% dos entrevistados dizem que a dificuldade de contratação continua sendo o maior desafio enfrentado pelo negócio. Neste ponto, 48% dos estabelecimentos não conseguiram completar a equipe durante a temporada por questões como a falta de candidatos, a falta de interesse e falta de qualificação. Já com relação aos empresários que tiveram lucro, 27% vão quitar dívidas e cerca de 30% farão uma reserva financeira para enfrentar o período de baixa temporada.

“Muitos estabelecimentos que conseguiram algum lucro precisarão direcioná-lo para quitar dívidas acumuladas nos últimos anos, sem margem para investimentos ou melhorias. Além disso, desafios como a contratação de mão de obra, o alto custo dos insumos e a presença de pessoas em situação de rua impactaram diretamente a operação dos negócios nesta temporada. O setor segue resiliente, mas precisa urgentemente de medidas concretas para garantir sua sustentabilidade a longo prazo”, completa a presidente da Abrasel SC.

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