Já é um fato que o governador Jorginho Mello, que também é o presidente estadual do PL, não quer dar poderes para os seus deputados estaduais dentro dos diretórios municipais.
O primeiro caso foi a briga de Balneário Camboriú entre o prefeito Fabrício Oliveira e o deputado estadual Carlos Humberto. Apesar de Carlos Humberto ter mais chance de vitória, Jorginho colocou nas mãos de Fabrício a decisão de escolher Peeter Lee Grando como pré-candidato do PL na cidade.
O mesmo aconteceu com Ivan Naatz, que era o presidente do partido em Blumenau, mas Jorginho preferiu entregar o comando da sigla para o prefeito Mário Hildebrandt, onde até a filiação dele era rechaçada por Naatz.
Com a canetada do governador, o deputado estadual foi obrigado a engolir seco o prefeito de Blumenau e agora tá tentando impedir que o PL local seja invadido pelo pessoal da Prefeitura de Blumenau.
A briga da vez é contra o vereador Jovino Cardoso Neto, que é o líder do governo na Câmara Municipal e que foi filiado no PL por Mário Hildebrandt.
Jovino é um político controverso, é membro de uma igreja evangélica em Blumenau, mas já teve que se explicar por um suposto uso da máquina pública quando foi vice-prefeito, teve uma briga pública com a sua ex-esposa e em 2023 a Polícia Civil foi até o seu gabinete para investigar uma denúncia de suposta “rachadinha”, que ainda corre na justiça em segredo de justiça.
O PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO
Então na quinta-feira, 25, o deputado Ivan Naatz protocolou um requerimento junto a Executiva Estadual do PL com um pedido de cancelamento da filiação do vereador Jovino, que era filiado no Solidariedade, mas se filiou no PL no dia 6 de abril, penúltimo dia da janela partidária.
Naatz alega no documento que até o dia 8 de abril ainda era o presidente local do PL e que a filiação do vereador não passou pelo debate interno do partido e nem foi abonada por ele.
“Jovino Cardoso não preenche os requisitos mínimos para fazer parte do Partido Liberal”. Naatz cita um caso de violência contra mulher, além do fato do vereador estar relacionado a “dezenas de processos judiciais, dentre eles vários por improbidade administrativa”.
O deputado diz também que o vereador sempre foi um crítico contundente do ex-presidente da República e atual presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro.
No documento, Naatz escreve que “o impugnado no campo ambiental também promoveu ações que ferem as nossas bandeiras partidárias como crimes ambientais”.
Diz também que “observado o conjunto de acusações que são proferidas contra ele, não permite sua filiação ao Partido Liberal”.
No fim, o deputado requer a instauração de procedimento para impugnação e posterior cancelamento da filiação do vereador Jovino Cardoso, pedindo que ele seja notificado para apresentar sua defesa.
Enfim, o deputado estadual Ivan Naatz luta contra o sistema criado pelo governador Jorginho Mello dentro do PL, que parece querer afastar os deputados das decisões nas maiores cidades de Santa Catarina.
