A comitiva de políticos brasileiros em Israel passou mais uma madrugada sob alertas de bombas e avisos de ataques em diferentes regiões do país. com o espaço aéreo fechado e aguardando um momento seguro para retornar ao Brasil, os políticos se revezam entre o bunker e os quartos do hotel, ao mesmo tempo em que assistem a aulas sobre segurança e ordem pública.
Desde o início da ofensiva, 13 pessoas morreram em Israel e mais de 390 ficaram feridas. Do lado iraniano, os ataques registrados entre sexta-feira e sábado deixaram ao menos 128 mortos e centenas de feridos.
A vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), deu uma entrevista para a CNN Brasil e contou um pouco do que está vivendo naquele país durante um dos momentos mais perigosos no Oriente Médio.
Ela chegou em Israel na última segunda-feira, 9, para participar de um evento de estudos sobre Segurança Pública, mas por conta dos ataques na região, ela ficou sem previsão para o retorno.
A vice-prefeita diz ter recebido instruções de como agir se acontecer os alertas e falou que, se houver um alerta com a queda de míssil onde ela está, já recebeu também orientação de que tem um lugar com energia e internet para ficar em segurança.
Maryanne falou que tinha um grupo de políticos brasileiros que cogitaram pegar a estrada para tentar ir para outro país para voltar ao Brasil, mas as autoridades de Israel disseram que poderiam dar segurança apenas até a fronteira, mas depois eles não tinham mais como garantir a integridade do grupo se algo acontecesse.
Na sexta-feira, quando começaram os alertas, Maryanne Mattos tinha marcado uma visita em Jerusalém, mas como o deslocamento era com ônibus, a viagem foi cancelada e passaram a ter as palestras no próprio hotel onde está hospedada.
Neste dia, ela precisou se abrigar em um bunker na cidade de Kfar Saba, pois um alerta foi emitido pelo governo para que a população se refugiasse após o início dos ataques.
A vice-prefeira diz ter ouvido explosões na região onde está e disse na entrevista à CNN Brasil que o governo Israelense informou que eram as neutralizações dos misseis enviados pelo governo Iraniano.
OUTROS DEPOIMENTOS
Durante a madrugada do último sábado, 14, o vice-prefeito de Uberlândia (MG), Vanderlei Pelizer Pereira (PL), publicou em suas redes sociais vídeos dos alertas recebidos no celular e imagens do deslocamento da comitiva para o abrigo subterrâneo. Na manhã de domingo, 15, ele compartilhou o tema da palestra do dia: “Sensação de segurança e ordem pública”.
Já o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião Vieira da Paz (UB), relatou a tensão da madrugada. “É assim que se madruga por aqui”, escreveu na sua rede social depois de mostrar um dos alertas de emergência.
Num outro vídeo postado por ele durante a madrugada de domingo, ele aparece deixando o bunker. “Parece que vencemos mais uma noite aqui em Israel. Já é madrugada de domingo. Acredito que agora a gente possa dormir com mais tranquilidade”.
No sábado, o Itamaraty informou que avalia retirar a comitiva de autoridades municipais e estaduais brasileiras em Israel por terra até a Jordânia, de onde seguiriam para o Brasil.
A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, conversou por telefone com os prefeitos Álvaro Damião, de Belo Horizonte, e Cícero Lucena, de João Pessoa, que estão em Israel e coordenam a comitiva de brasileiros no local.
Segundo eles, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil trata com autoridades de Israel para providenciar o retorno em segurança da delegação e de um grupo de representantes do Consórcio Brasil Central, que também se encontram em território israelense.
A delegação brasileira é formada por 19 autoridades de municípios de 11 estados, incluindo prefeitos, vice-prefeitos e secretários de municípios, que tem também o vereador carioca Flávio Valle (PSD) e o secretário de Ordem Pública de Niterói, Gilson Chagas e Silva Filho.
Veja a entrevista da vice-prefeita Maryanne Mattos (PL) para a CNN Brasil:
