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O embate no Jornal Nacional

Reprodução/Globo

A entrevista de ontem, 22, à noite, no Jornal Nacional, foi um grande embate de Comunicação: de um lado William Bonner e Renata Vasconcelos visivelmente focados em desestabilizar Jair Bolsonaro, com perguntas sobre as fragilidades dele, e o candidato muito contido, inicialmente calmo, o rosto um pouco avermelhado, respondendo com até eloquência e dizendo o que normalmente expressa em suas “lives”.

Bonner abriu a entrevista de 40 minutos revivendo o que ocorreu em espaço semelhante em 2018, com ênfase, se referindo aos xingamentos de Bolsonaro aos juízes do STF, o que foi negado por ele. Procedimento igual – pergunta sobre atitudes dele, negadas ou explicadas – se repetiu durante todo o programa.

O momento mais delicado foi quando Renata Vasconcellos se referiu ao fato de Bolsonaro ter imitado pacientes de Covid-19 sem ar, o que também foi rebatido, com veemência, porém sem agressividade (apesar dos vídeos que rodam na internet mostrando esse momento). Uma das grandes preocupações da equipe do candidato é que ele mantivesse o controle emocional nas perguntas da apresentadora para não prejudicar ainda mais sua imagem no público feminino.

Ao final de tudo, os dois lados parecem ter sido “vencedores” do embate: a Globo, por manter nas perguntas o viés editorial com que tem tratado o atual governo e conseguir uma grande audiência (aqui) e Bolsonaro por ter passado incólume no interrogatório. Além disso, conseguiu em vários momentos e na mensagem final de 1 minuto falar em realizações de governo.

Depois do programa, Bolsonaro retomou o estilo habitual nas entrevistas e no Twitter, onde disse que “foi uma enorme satisfação participar do pronunciamento de William Bonner kkk”. Também colocou uma foto apontando para uma TV sintonizado no SBT com a frase “Bastidores da Rede Globo.”

Bolsonaro não mudou, nem Bonner e Renata.

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