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O erro de tentar isolar o MDB colocou Jorginho Mello numa situação constrangedora

Os telefones dos deputados estaduais mais influentes de Santa Catarina não param de tocar. Depois das comemorações natalinas, eles se voltam novamente para as negociações da eleição da presidência da Assembleia Legislativa do Estado.

O representante do futuro governo, e aí leia-se deputado Ivan Naatz (PL), conduziu mal dentro da Alesc o que vinha sendo conversado nos bastidores com o que acabou sendo postado nas redes sociais e, como efeito reverso, fez com que Júlio Garcia (PSD) e o MDB se organizassem em torno do nome de Mauro de Nadal (MDB).

O PL fez a burrice de declarar voto a Zé Milton Scheffer (PP) para assumir a presidência da casa e ainda por cima indicou a deputada Ana Caroline Campagnolo (PL) para a vice-presidência, dando uma demonstração clara de querer isolar o maior partido do estado.

O caldo desandou e agora o governador eleito Jorginho Mello (PL) tanta de qualquer jeito sensibilizar o MDB, mas principalmente o deputado estadual Júlio Garcia, para que se chegue num acordo bom para os dois lados.

Júlio é amigo de Jorginho, mas já mostrou que “amigos, amigos, negócios a parte”, pois ele e toda a Assembleia sabem que, com o comando do legislativo catarinense, mais para frente o governo vai ter novamente que negociar e aí esses mesmos cargos oferecidos hoje também serão colocados na mesa.

O fato é que o governador Jorginho Mello terá que ter muito poder de barganha para conseguir emplacar Zé Milton na presidência. Mesmo que Júlio e o MDB aceitem compor, são eles que tem a faca e o queijo na mão e, no mínimo, vão tirar Ana Campagnolo da vice-presidência.

Ivan Naatz quer ser o líder do governo na Assembleia a partir de 2023, mas depois dos últimos acontecimentos, pode-se decidir por um nome menos “bocudo”, como o próprio Naatz se descreve.

A própria bancada dos 11 deputados estaduais do PL parece não estar homogênea muito por conta do assunto “bolsonarismo”. Os mais ferrenhos defensores do presidente Jair Bolsonaro (PL) já detectaram que alguns companheiros, que se elegeram com a onda 22, não se mostram querer tanto se manter nessa caminhada e isso foi até tema do discurso de fim de ano do deputado estadual Sargento Lima, que se reelegeu, na última sessão na Assembleia.

Mas, voltando a presidência da Alesc, tudo vai ser resolvido até a próxima semana, quando inicia o novo governo de Jorginho Mello e as coisas começam a ficar mais claras. Os deputados estaduais reeleitos e eleitos só assumem em 1º de fevereiro e até lá muita água vai passar debaixo dessa ponte.

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