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O racha do Progressistas de SC toma as ruas e preocupa a executiva estadual

O descontentamento dentro do Progressistas de Santa Catarina vem desde que o governador Jorginho Mello (PL) começou a cortejar o MDB e deixou o PP em segundo plano, com apenas uma secretaria de Estado, mesmo o PP tendo sido o primeiro partido a apoiar o seu governo dentro da Assembleia Legislativa.

E os principais descontentes fazem parte da ala dos deputados estaduais Altair Silva, Zé Milton Scheffer e Pepê Colaço, que querem que seja feita a eleição do diretório estadual para escolher um presidente de fato com mandato dentro das regras do estatuto do partido.

Desde 2023 o PP de Santa Catarina está sendo comandado provisoriamente pelo ex-deputado Leodegar Tiskoski e pelo secretário-geral Aldo Rosa, que são ligados ao grupo do senador Esperidião Amin e do secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck.

O grupo dissidente entende que Amin e seus comandados estão usando o Progressistas em benefício próprio e estão esquecendo de ouvir as bases. Amin quer ser um dos candidatos ao Senado do grupo de Jorginho Mello e oferece o apoio do PP na reeleição do governador.

Mas a gota d’água para o racha ter saído de dentro do PP e tomado as ruas foi a destituição da presidente da juventude Progressista, Jayana Nicaretta, para entregar o cargo a Vinicius Ventura.

Com isso, um grupo de filiados iniciou um abaixo-assinado pedindo mudança no comando da legenda com a marcação da convenção estadual para a eleição da nova executiva estadual.

Até a noite de ontem, eles já haviam conseguido a assinatura de 450 filiados, entre eles os três deputados estaduais do PP, 11 prefeitos, 12 vice-prefeitos e mais de 45 vereadores catarinenses.

No documento, os organizadores do abaixo-assinado dizem que “o evento é de fundamental importância para o fortalecimento da estrutura partidária do Estado”, pedindo também que “a convenção ocorra de forma transparente, ampla e participativa, garantindo espaço para a representatividade de todas as regiões do Estado e de todos os segmentos da sociedade que compõem o nosso partido”.

 

NOTA OFICIAL

A direção do PP de Santa Catarina publicou na sua página do Instagram uma nota que diz, entre outras coisas, que “ao longo da sua história, o partido escolheu o caminho do diálogo e da construção conjunta, evitando as divisões e fortalecendo a coesão interna”.

O texto fala também que Comissão Provisória vem tentando mediar discussões e promovendo um ambiente de entendimento com o objetivo de construir uma Convenção que represente a força Progressista.

A carta informa que a Convenção vai ser feita no momento que houver “disposição clara para que ela seja um instrumento de união e fortalecimento partidário”.   

Fato é que, a ala que comanda hoje o PP quer ficar com Jorginho Mello para tentar emplacar o nome de Amin em uma das vagas para o Senado na eleição de 2026 com o apoio de Jair Bolsonaro.

Mas o grupo dos três deputados estaduais buscam o respeito político e mais espaço num futuro governo do pré-candidato a governador, prefeito João Rodrigues (PSD), tendo inclusive já manifestado estarem com ele na eleição do ano que vem.

Então, hoje, Jorginho tem os comandantes do PP catarinense do seu lado e João Rodrigues acabou ficando com a base, mas sabemos que em política nada é definitivo e, mesmo parecendo difícil, tudo pode mudar até a eleição do ano que vem.

 

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