De ofensas a violências físicas, jornalistas no Brasil foram vítimas de 330 ataques durante o ano de 2023, segundo levantamento divulgado ontem, 26, pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O número é 40,7% menor do que o ano anterior, quando foram registrados 557 casos.
Agressões graves
Por outro lado, a queda do número de violências em 2023, segundo avaliou a entidade, tem relação com a alteração do cenário político e fim do mandato do então presidente Jair Bolsonaro.
Outro tipo de violência, os discursos estigmatizantes, representou 47,2% dos casos.
De acordo com a pesquisa 55,7% dos casos registrados em 2023 tiveram como agressores agentes estatais, que são funcionários públicos ou agentes políticos em mandato.
Violência de gênero
A pesquisa trouxe também que 52,1% dos ataques tiveram origem ou repercussão na internet.
O Distrito Federal foi o lugar que mais houve violência contra jornalistas em 2023.
Outras tendências, segundo a Abraji, se fortaleceram no último período analisado, como o aumento dos processos judiciais civis ou penais com o intuito de silenciar jornalistas, que chegaram a 7,9% do total de agressões, e o crescimento de agressões graves registradas na categoria de “agressões e ataques”.
Recomendações
A partir do que foi coletado, a Abraji recomendou que os os poderes públicos reforcem políticas de proteção a jornalistas e comunicadores vítimas de ataques em razão do exercício da profissão.
A entidade apontou que as plataformas de redes sociais devem desenvolver mecanismos para enfrentar a violência online que afeta jornalistas.
Às empresas jornalísticas, a associação pediu que sejam adotadas medidas de formação, prevenção e proteção para seus profissionais. Aos jornalistas, ficou a recomendação que não deixem de denunciar a agressões sofridas no exercício da profissão.
*Texto com informações da Agência Brasil