Portal Making Of

Você sabia que brasileiros tem maior dificuldade para identificar notícias falsas?

Reprodução
Foto: Reprodução

Uma pesquisa Truth Quest da OCDE, realizada com 21 países, revelou que a capacidade das pessoas de identificar corretamente se uma notícia é verdadeira ou falsa, conhecida como acurácia, é alarmantemente baixa, alcançando apenas cerca de 60% dos casos. Isso significa que, de cada 100 notícias falsas e verdadeiras, a média é que as pessoas consigam acertar a veracidade da notícia em 60 casos, mas erram em 40 casos.

No Brasil, a situação é ainda mais preocupante, com uma taxa de acurácia de apenas 54%. Isso significa que, enquanto a média global sugere que as pessoas acertam a veracidade das notícias em 60% das vezes, os brasileiros têm uma taxa de acurácia menor, acertando apenas 54% das vezes, mas erram em 46% dos casos. Essa diferença indica uma dificuldade maior dos brasileiros para distinguir entre notícias falsas e verdadeiras em comparação com a média global.

Além disso, o estudo aponta que a confiança nas mídias sociais, que é particularmente alta no Brasil, está associada a um desempenho pior na identificação de notícias falsas. Enquanto a média global mostra que 9% das pessoas confiam muito nas mídias sociais, no Brasil, esse percentual é superior a 20%, refletindo uma relação entre alta confiança nas mídias sociais e menor capacidade de discernir informações verídicas.

A baixa acurácia na identificação de notícias falsas pode impactar as eleições no Brasil, assim como aconteceu em 2018 e 2022, com informações falsas sobre as urnas eletrônicas ou mesmo sobre os candidatos, mas também em situações extremas como a pandemia e a disseminação de notícias falsas sobre as vacinas, eficácia de medicamentos ou mesmo do uso de máscara. A desinformação e a manipulação podem influenciar a opinião pública e distorcer o processo eleitoral.

Com uma taxa de acurácia reduzida, eleitores são mais suscetíveis a acreditar em informações enganosas sobre candidatos e políticas, o que pode levar à polarização e radicalização das opiniões, além de facilitar a intervenção externa e a influência de agendas estrangeiras. Isso compromete a confiança nas instituições democráticas e pode reduzir a participação eleitoral e prejudicar a legitimidade do processo eleitoral. Além disso, as notícias falsas podem ser ampliadas e se tornarem ainda mais convincentes com o uso de Inteligência Artificial e deepfake, tornando ainda mais difícil para os eleitores discernir a veracidade das informações.

Para se proteger de notícias falsas e checar a veracidade das informações, é essencial adotar algumas práticas. Primeiramente, verifique a fonte da notícia, optando por veículos de mídia respeitáveis e bem estabelecidos. Cheque a data e o contexto da publicação para garantir que a informação é atual e relevante.  Comparar a notícia com múltiplas fontes confiáveis aumenta a certeza sobre sua precisão. Utilize ferramentas de checagem e analise a linguagem e o tom da notícia, desconfiando de sensacionalismos. Verifique a autoria da notícia e a autenticidade de imagens e vídeos com ferramentas de pesquisa reversa. Cuidado com compartilhamentos em redes sociais e participe de programas de alfabetização midiática para aprimorar suas habilidades de análise crítica. A dúvida sobre a veracidade ou não da notícias é a melhor aliada para não ser feito de trouxa e aceitar como verdadeira uma notícia falsa. As agências de checagem podem dar uma força nesse trabalho de investigação sobre o que é falso e o que é verdadeiro.

 

Foto: Reprodução/Pxabay

O que fazem as agências de checagem?

Essas agências investigam a origem das informações, cruzam dados, consultam especialistas e utilizam ferramentas digitais para verificar a autenticidade de fotos, vídeos e textos. Seu objetivo é fornecer ao público informações precisas e confiáveis, combatendo a desinformação e promovendo o jornalismo de qualidade.

 

Principais agências de checagem no Brasil:

  1. Agência Lupa: uma das pioneiras no Brasil, a Lupa utiliza um sistema de classificação rigoroso para avaliar a veracidade das informações. [Acesse a Lupa: https://lupa.uol.com.br/]
  2. Aos Fatos: focada em investigar campanhas de desinformação e em checar fatos, a Aos Fatos produz conteúdo jornalístico de alta qualidade. [Acesse a Aos Fatos: https://www.aosfatos.org/]
  3. Boatos.org: especializada em desmascarar boatos e notícias falsas que circulam nas redes sociais, o Boatos.org é uma referência em combate à desinformação. [Acesse o Boatos.org: https://www.boatos.org/]
  4. Comprova: um projeto colaborativo de diversas organizações de mídia, o Comprova procura fortalecer o jornalismo de checagem no Brasil. [Acesse o Comprova: https://projetocomprova.com.br/]
  5. E-Farsas: Um dos primeiros sites brasileiros a desmentir boatos na internet. [Acesse o E-Farsas: https://www.e-farsas.com/]
  6. Agência Pública – Truco: Um projeto da Agência Pública dedicado à checagem de fatos e à investigação de desinformação. [Acesse a Agência Pública – Truco: link para a Agência Pública – https://apublica.org/tag/truco/]

 

Como identificar uma notícia falsa:

  • Verifique a fonte: notícias falsas costumam ser compartilhadas por sites duvidosos ou perfis falsos nas redes sociais.
  • Procure por outras fontes: confirme a informação em pelo menos duas fontes confiáveis antes de compartilhá-la.
  • Preste atenção à linguagem: notícias falsas costumam usar linguagem emocional e apelativa para manipular os leitores.
  • Pesquise imagens e vídeos: utilize ferramentas de busca reversa para verificar a origem de imagens e vídeos.
  • Desconfie de títulos sensacionalistas: notícias falsas costumam ter títulos exagerados e chamativos para atrair cliques.

 

Dicas para evitar a disseminação de fake news:

  • Não compartilhe informações sem antes verificá-las.
  • Seja crítico com as informações que você encontra na internet.
  • Consulte fontes confiáveis de informação.
  • Informe-se sobre como funcionam as agências de checagem.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais: