Na última quarta-feira, 30, a executiva nacional do PSDB decidiu que vai fazer a fusão com o Podemos já pensando na eleição de 2026. Também ficou definido que a sua convenção nacional vai acontecer no dia 5 de junho para confirmar a decisão das lideranças tucana.
Mas o fato novo que surgiu nos corredores de Brasília é que a fusão entre o PSDB e o Podemos não é bem uma fusão, mas sim a incorporação do Podemos ao PSDB. Com isso, o PSDB continuaria existindo, mas o Podemos deixaria de figurar no cenário político nacional.
Essa estratégia foi pensada justamente opara evitar a debandada do PSDB, pois caso houvesse a fusão, uma janela de transferência de 30 dias iria acontecer para as duas siglas e os filiados dos dois partidos poderiam escolher outra legenda para se filiarem.
Mas com a incorporação, apenas os filiados do Podemos poderão ir para qualquer outro partido quando a janela partidária for oficializada. A deputada federal Geovânia de Sá já contava com essa brecha ainda em 2025 para se filiar em outro partido, mas se a notícia realmente se confirmar, ela terá que esperar o início de 2026 para assinar ficha em outra sigla.
Não só ela, mas muitos vereadores do sul do Estado que fazem parte da base da deputada também já ensaiavam a mudança e o partido que tem mais chance de receber a comitiva tucana é o PSD, depois que o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, fez um convite oficial para a deputada.
Outro nome nacional do PSDB que também já pensava em ir para o PSD é o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que deve disputar uma vaga ao senado na próxima eleição.
E O PODEMOS?
Bem, se a incorporação acontecer, o comando do novo PSDB vai continuar nas mãos do deputado estadual Marcos Vieira, que hoje é o presidente estadual do PSDB em Santa Catarina.
Hoje o Podemos tem como presidente estadual a deputada Paulinha Silva, que já disse que tem total respaldo da presidente nacional, Renata Abreu, do vice, Pastor Everaldo, e de toda executiva nacional. “Seguimos no comando partidário, até porque contamos com uma construção muito robusta de nomes para a disputa do pleito em 2026, discutida semanalmente com a direção nacional”.
Com a união, os dois partidos passarão a ter a quarta maior bancada da Assembleia Legislativa, com os deputados estaduais Lucas Neves, Paulinha Silva e Camilo Martins pelo Podemos e Marcos Vieira e Vicente Caropreso pelo PSDB, ficando atrás apenas do PL, MDB e da Federação PP/UB.
Mas o deputado estadual Lucas Neves, se houver a união com o PSDB, já pensa em deixar o Podemos porque pretende se filiar numa legenda com mais estrutura e malhor condição de releição.
Paulinha também já afirmou que vai esperar o calendário nacional, pois segundo ela, o comando da fusão em Santa Catarina não entrou na negociação com o PSDB.
Mas como em Brasília tudo muda de um dia para o outro, a incorporação pode realmente surgir numa negociação ampla para que o PSDB tenha mais musculatura para entrar no grupo de direita que pretende lançar um único nome na disputa com Lula pela presidência da República.
O problema é que, aqui em Santa Catarina, o PSDB pretende lançar Marcos Vieira como candidato a governador no ano que vem e o Podemos já ensaia um apoio à reeleição de Jorginho Mello (PL).
Vieira tem sido um crítico do atual Governo do Estado e também já não tinha aceitado fazer parte da base de Jorginho na Alesc. Hoje, é muito mais provável que o PSDB apoie João Rodrigues do que o governador de Santa Catarina, mas em política tudo é mutável até que se registre as chapas no Tribunal Regional Eleitoral.