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POR QUE HAVERÁ TANTOS CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES DE 2022?

Obviamente que o primeiro fator que fez isso acontecer foi o financiamento público de campanha, o chamado Fundo Eleitoral que se restringe às campanhas eleitorais.

Os partidos já recebem mensalmente o dinheiro do Fundo Partidário, que é uma verba pública para custear as despesas mensais dos partidos, como água, luz, telefone, etc.

Em 2021, esse valor chegou a quase R$ 800 milhões, sendo que 5% são para todos os partidos e 95% são divididos de acordo com o número de deputados federais de cada legenda.

Hoje no Brasil temos 32 partidos políticos legalizados e cerca de mais 30 esperam a aprovação de registro no Tribunal Superior Eleitoral.

O montante de R$ 4.961.519.777,00 representa a maior soma de recursos já destinada ao Fundo Eleitoral desde a sua criação, em 2017.

Em resumo, 2% desse valor é dividido igualmente entre os 32 partidos, o que já garante cerca de R$ 3,1 milhão, mesmo o partido não tendo nenhum representante em todo o Brasil.

35% são divididos de acordo com o número de votos recebido em 2018, mas o partido tem que ter, pelo menos, 1 representante na Câmara dos Deputados.

Já 48% dos 4,9 bilhões são divididos de acordo com o número de deputados federais que cada partido conseguiu eleger na última eleição geral e os outros 15% restantes é dividido de acordo com o número de senadores que cada partido elegeu em 2018.

Essa verba tem que ser usada exclusivamente nas campanhas eleitorais e o que não for gasto, deve ser devolvido para a conta do Tesouro Nacional.

UM INCENTIVO

Então, como tem dinheiro para todos, eles não se preocupam mais em fazer alianças com os partidos maiores que sempre conseguiram buscar mais verbas na iniciativa privada.

O negócio é lançar seu próprio candidato a apostar num bom acordo no segundo turno, caso ele ocorra, com um dos dois candidatos que forem disputar a reta final da eleição.

É um jeito mais fácil de divulgar o partido e o candidato e isso pode colocar a legenda num futuro governo sem que o partido vença a eleição.

Enfim, a criação do Fundo Eleitoral obviamente deu uma liberdade maior para que os partidos apostem em candidaturas próprias e não fiquem reféns das siglas maiores.

Mas também potencializou o poder daqueles políticos que comandam as siglas e que podem decidir qual candidato receberá mais verba do partido. A regra de divisão é definida por cada partido, mas tem que ser aprovada pelo TSE.

Veja como ficou a divisão dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral:

União Brasil: R$ 782,5 milhões

PT: 503,4 milhões

MDB: R$ 363,2 milhões

PSD: R$ 349,9 milhões

PP: R$ 344,8 milhões

PSDB: R$ 320 milhões

PL: R$ 288,5 milhões

PSB: R$ 268,9 milhões

PDT: R$ 253,4 milhões

Republicanos: R$ 242,2 milhões

Podemos: R$ 191,4 milhões

PTB: R$ 114,5 milhões

Solidariedade: R$ 113 milhões

PSOL: R$ 100 milhões

PROS: R$ 91,4 milhões

Novo: R$ 90,1 milhões (a sigla informou que devolverá o dinheiro)

Cidadania: R$ 87,9 milhões

Patriota: R$ 86,5 milhões

PSC: R$ 76,2 milhões

PCdoB: R$ 76,1 milhões

Rede: R$ 69,7 milhões

Avante: R$ 69,2 milhões

PV: R$ 50,6 milhões

Agir: R$ 3,1 milhões

DC: R$ 3,1 milhões

PCB: R$ 3,1 milhões

PCO: R$ 3,1 milhões

PMB: R$ 3,1 milhões

PMN: R$ 3,1 milhões

PRTB: R$ 3,1 milhões

PSTU: R$ 3,1 milhões

UP: R$ 3,1 milhões

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