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Primeira tentativa de Décio Lima ir para o Sebrae falha na manhã de quarta-feira

No final do mês de fevereiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou Paulo Okamoto, que foi presidente do Sebrae entre 2003 e 2010, para articular com os 15 conselheiros para derrubar o ex-deputado federal Carlos Melles, que é o atual presidente do Sebrae e foi eleito em dezembro de 2022 para um mandato de 4 anos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) até tentou articular junto aos conselheiros para que a eleição não acontecesse em dezembro para que o novo governo pudesse indicar o seu representante, mas não teve força e nem sucesso para evitar a vitória de Melles.

O Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae tem na presidência o também catarinense José Zeferino Pedrozo e é composto por representantes de inúmeras associações, como a Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (ABASE), Associação Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

Na manhã de quarta-feira, 8, o Conselho Deliberativo se reuniu e tinha-se a expectativa que Melles sairia para que Décio Lima pudesse ser anunciado como o novo presidente do órgão, mas por falta de apoio ao nome do petista, o atual presidente permanecerá comandando o Sebrae até segunda ordem.

Nessa reunião do Conselho, Lula e Décio precisavam de 11 dos 15 votos, mas até o momento só conseguiram a simpatia de 8 e por enquanto nada muda. A diretoria do Sebrae ideal de Lula teria, além de Décio, Luiz Barreto, ex-ministro do Turismo de Dilma, como diretor técnico e a ex-deputada Margarete Coelho (PP), aliada do senador Ciro Nogueira (PP-RN) e do deputado Arthur Lira (PP-AL), como diretora administrativa.

Já Melles é ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula vê no micro e pequeno empresariado uma forma de converter a classe para o lado do seu governo. Sem contar que Décio Lima iria administrar 2649 pontos de atendimento em todo o Brasil, sendo 17 em Santa Catarina, e um orçamento de quase 5 bilhões, o que pode ser um ótimo trunfo para 2026.

Agora o Governo Federal terá que criar uma nova oportunidade para tentar tirar Melles do comando do Sebrae para que Décio Lima tenha seu nome indicado. A missão está nas mãos de Okamoto, que defende a tese que “a diretoria do Sebrae precisa muito de um bom trânsito com o governo e os atuais diretores têm que se tocar que precisam pegar o boné e se mandar”.

Resta saber se, com esse tipo de fala, os conselheiros do Sebrae vão aceitar numa boa a indicação de um petista de carteirinha que poderá tratá-los como se não tivessem importância nenhuma.

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