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Rádio é essencial para longevidade de músicas no topo das paradas, indica Billboard

Uma reportagem da Billboard, publicada na semana passada, destacou a importância do rádio na estratégia de artistas e gravadoras para manter suas músicas no topo ou, ao menos, nas listas das mais executadas pelos ouvintes. Isso acaba impactando nas vendas, no interesse por shows e também na própria execução das faixas em plataformas de streaming. Contando apenas com o digital, as músicas costumam estrear no topo de paradas como o Billboard Hot 100, mas também desaparecem rapidamente do ranking. Com a execução no rádio, o tempo de permanência no ranking é significativamente maior, ampliando o sucesso daquela produção, o que auxilia na conversão de outras iniciativas por parte dos artistas e gravadoras.

De acordo com a Billboard, hoje, 75% dos hits que chegam ao top 10 em 2024 já estreiam em posições altas. No entanto, músicas que atingem rapidamente o topo, como “Puffin On Zootiez” de Future e “N95” de Lamar, tendem a sair rapidamente das paradas, sem a durabilidade dos hits que levam mais tempo para subir. Desde 2000, a média de um single que estreia no top 10 é de seis semanas, enquanto faixas que demoram de duas a oito semanas para alcançar essa posição permanecem por mais de 11 semanas.

Essa dinâmica se intensificou na era do streaming. Desde 2015, músicas que começam no top 10 duram, em média, 6,3 semanas, enquanto aquelas que levam de duas a quatro semanas para chegar lá duram mais do que o dobro — 12,7 semanas. O rádio tem desempenhado um papel crucial nesse cenário, ajudando a manter esses hits no topo por mais tempo, à medida que o airplay aumenta gradualmente.

Enquanto o streaming e as vendas de novos lançamentos geralmente atingem o pico logo após a data de lançamento e depois diminuem, o airplay segue uma trajetória diferente. O rádio, com seu impacto contínuo e crescente, ainda é fundamental para manter o interesse dos ouvintes, mesmo quando o entusiasmo inicial pelo streaming diminui. Isso se deve ao fato de que as estações de rádio tendem a adotar faixas que mostram bom desempenho e aumentam sua rotação com o tempo, o que prolonga a presença dessas músicas nas paradas.

Mesmo em um cenário onde a atenção do público é cada vez mais disputada, o rádio se destaca por sua capacidade de sustentar hits por mais tempo. Embora muitos jovens executivos acreditem que o airplay tenha pouco impacto no streaming, a influência do rádio é evidente. Faixas como “A Bar Song (Tipsy)” de Shaboozey, que permaneceu no topo do Hot 100 por várias semanas, são exemplos de como o rádio pode compensar a queda em streams e vendas, mantendo a música nas primeiras posições.

Além disso, o rádio ainda tem o poder de transformar uma música de sucesso em um hit massivo. Isso é visto quando uma faixa, inicialmente promovida em formatos de nicho, ganha força em outros formatos de rádio, ampliando seu alcance. Esse efeito cascata do rádio não só mantém a música nas paradas, como também pode aumentar significativamente seu impacto, como foi o caso de “Essence” de Wizkid, que ganhou um impulso extra quando Justin Bieber participou do remix, impulsionando streams, vendas e airplay.

Assim, mesmo com o surgimento de novas plataformas e formas de consumo de música, o rádio continua a ser um pilar importante na promoção e sustentação de hits, garantindo que eles não só alcancem o topo, mas também permaneçam lá por mais tempo. Como diz Nick Bobetsky de acordo com a Billboard, “há muito mais significado no impulso sustentado do que em um momento passageiro”.

 

Dois cenários diferentes

A reportagem da Billboard destaca que a primavera norte-americana de 2022 trouxe à tona grandes astros da música: em três semanas consecutivas, Future lançou “I Never Liked You”, Bad Bunny apresentou “Un Verano Sin Ti” e Kendrick Lamar retornou após cinco anos com “Mr. Morale & the Big Steppers”. Tanto Future quanto Lamar emplacaram quatro faixas cada no top 10 da Billboard Hot 100 na semana de estreia de seus álbuns, enquanto Bad Bunny alcançou três.

Apesar do impacto inicial, poucas dessas faixas mantiveram-se no topo por muito tempo. Nove delas caíram do top 10 na segunda semana. Um mês depois, “Wait for U”, de Future, uma balada melancólica de hip-hop com Drake e Tems, foi a única a permanecer no top 10, servindo como lembrança desse período de grandes lançamentos.

Em julho, Steve Lacy seguiu um caminho bem diferente no Hot 100. Embora não tão conhecido quanto Future, Bad Bunny ou Lamar, seu single “Bad Habit” estreou na posição mais baixa da lista. No entanto, a faixa subiu gradualmente ao top 10, onde permaneceu por 18 semanas, alcançando o primeiro lugar. Esse tipo de ascensão lenta e sustentada, cada vez mais rara, reflete o impacto contínuo do rádio na longevidade dos sucessos.

 

*Texto do Portal tudoradio.com

 

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