Relatório ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão, divulgado nesta terça-feira, 22, aponta para um aumento de 21,69% nos ataques à imprensa no Brasil em 2021, em relação a 2020. Pelo menos 230 profissionais e veículos de comunicação sofreram algum tipo de ataque no ano passado.
Desde que a ABERT começou a monitorar os casos de violações à liberdade de imprensa e de expressão no Brasil, em 2012, esta foi a segunda vez sem registros de assassinato de jornalistas pelo exercício da profissão.
Já os atentados – oito, no total – chamam a atenção não apenas pelo aumento significativo no número de casos, que dobrou em relação ao ano anterior, mas pela maneira como foram executados, muitas vezes, com o uso de armas de fogo.
As ofensas tiveram o maior registro de ocorrências em 2021, com 53 relatos, envolvendo pelo menos 89 profissionais e veículos de comunicação – um aumento de 30,88% no número de vítimas. Em quase sua totalidade (92,45%), os ataques partiram de políticos ou ocupantes de cargos públicos.
Em seguida, estão as agressões, com 34 casos, envolvendo pelo menos 61 profissionais da comunicação, vítimas de chutes, pontapés, socos e tapas – um aumento de 3,39% no número de comunicadores agredidos. Os homens representaram a maioria das vítimas (80,33%). Em 62,22% dos casos, equipes de TV foram as mais atingidas.
As intimidações também tiveram destaque, com 26 casos registrados de Norte a Sul do país, o que equivale a um aumento de 4% em relação a 2020. O número de vítimas aumentou consideravelmente: pelo menos 43 profissionais tiveram o trabalho interrompido, foram recebidos aos gritos ou mesmo impedidos de continuar cumprindo o dever de informar. O número é 43,33% superior ao contabilizado no relatório passado. Mais de 58% dos profissionais atacados eram homens.
Manifestantes e políticos ou ocupantes de cargos públicos foram os principais autores das intimidações à imprensa.