No fim da tarde de sexta-feira, 8, pessoas ligadas ao ex-governador Raimundo Colombo (PSD) começaram a se animar com o parecer emitido pelo Ministério Público Eleitoral, que defendeu a cassação do mandato do senador Jorge Seif (PL) por abuso do poder econômico.
Resumindo o documento com 33 páginas, a parte que realmente interessa a todos diz que “Nesse contexto, deve haver reforma do acórdão regional para julgar procedente a AIJE proposta com a determinação de cassação do mandato da chapa eleita para o senado pelo Estado de Santa Catarina em 2022, composta por JORGE SEIF JUNIOR, ADRIAN ROGERS CENSI e HERMES KLANN, com reconhecimento de inelegibilidade de JORGE SEIF JÚNIOR E LUCIANO HANG, pela prática de atos de abuso de poder econômico e cominação de multa contra eles, no valor máximo legal, que deve ser aplicado individualmente, nos termos da previsão do artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90”.
O processo ainda está no Tribunal Regional Eleitoral, mas deve ser colocado na pauta do Tribunal Superior Eleitoral já nas próximas semanas.
A maior dúvida é se haverá uma nova eleição para a vaga de senador ou se o segundo colocado ficará com o cargo. Como sabem, o segundo colocado na eleição de 2022 foi Raimundo Colombo, da coligação Bora Trabalhar, que tinha como candidato ao governo de SC o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (UB).
Segundo matéria da Folha de São Paulo, o caso de Jorge Seif deve pautar o julgamento de outro senador da República. O caso de Sergio Moro (UB) ainda será julgado na esfera estadual do Paraná, mas também irá subir para os tribunais de Brasília e ambos devem seguir o mesmo critério.
O caso de Seif no STF vai pautar o caso de Moro poque no Paraná o segundo colocado também pretende ficar com a vaga do ex-juiz da Lava Jato. Só que lá, os partidos se invertem, pois quem pretende ficar com a vaga de Sérgio Moro é o candidato Paulo Martins, do PL.
Os advogados da coligação de Raimundo Colombo defendem que ele deva ficar com a vaga de Seif porque senão estaria punindo também os demais concorrentes, já que com uma nova eleição, outros nomes que não disputaram em 2022 poderiam concorrer numa eleição suplementar em 2024.
Obviamente que o PL de Santa Catarina já trabalha com a cassação de Seif e já vê dois nomes que poderiam concorrer, caso houvesse uma nova disputa.
O primeiro nome ventilado pelo governador Jorginho Mello (PL) seria o de Caroline de Toni (PL), que foi a deputada federal mais votada de Santa Catarina.
Mas o PL nacional também coloca a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumir essa disputa, já que Seif foi eleito com o voto bolsonarista e ela teria grande chance de até aumentar a porcentagem de votos recebida por Seif na última eleição.
Em Brasília, é dada como certa a cassação de Seif e de Moro, mas somente a justiça é quem pode definir quem ficará com a vaga de ambos a partir de 2025.
