A emissora pública de televisão “Rede Minas”, afiliada da TV Cultura, não retransmitiu na segunda-feira, 3, a entrevista que Guilherme Boulos (Psol), deputado federal mais votado em São Paulo e coordenador da campanha presidencial de Lula (PT), concedeu ao “Roda Viva”.
O canal sempre exibe o programa da emissora paulista, no entanto, nessa segunda foi exibida uma entrevista antiga com a escritora africana Chimamanda Ngozi Adichie.
O caso foi divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJP-MG), que acusou o governo de Minas Gerais de ter “censurado a entrevista” e relacionou a decisão ao apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo) ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Depois da repercussão negativa, o Governo de Minas Gerais voltou atrás da decisão e informou que vai exibir a entrevista amanhã, 6, às 22h.
Em nota ao G1, a Rede Minas alegou haver um “propósito de se manter isenta durante as eleições de 2022 e em observância às restrições do período eleitoral” e que, por isso, não exibiu a entrevista com Guilherme Boulos, bem como também não retransmitiu as sabatinas com os candidatos à Presidência da República.
Disse, ainda, que a Rede Minas “não foi convidada pelo comando da TV Cultura para participar das discussões sobre a linha editorial das citadas entrevistas”, mas que voltou atrás da decisão de não retransmitir a sabatina após “parecer favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.