O governo estima que a a privatização da Eletrobras pode render R$ 100 bilhões aos cofres públicos, mas entidades do setor afirmam que a conta de luz pode ficar mais cara.
Apreensivos com as consequência do processo de capitalização da Eletrobras e diluição das ações do Governo, os eletricitários ligados ao Sinergia (Sindicato dos trabalhadores da Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região) fazem mobilização na Capital para alertar sobre os possíveis aumentos nas tarifas de energia posterior ao processo. Atualmente, o governo tem 51,82% do capital ordinário e o Banco Econômico de Desenvolvimento Social (BNDES), 16,78%, segundo o site da estatal.
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Para Antônio Rogério dos Santos, representante sindical, as consequências do processo são “o repasse do patrimônio público já amortizado ao capital especulativo de investidores internacionais pela bolsa de valores. E dessa forma a exploração dos recursos energéticos nacionais voltando-se contra a população na forma de custo tarifário desnecessário contribuindo com alta da inflação e desmonte do setor energético nacional”.
Paralelo seja feito em relação ao similar processo ocorrido com a Petrobras e as nefastas consequências da política de preços dos combustíveis sobre a economia do país, embora o Governo ainda mantenha 50,30% dos papéis com direito a voto, a intenção é manter os interesses do mercado acionário. Hoje, a composição acionária da Petrobras (dado de fevereiro de 2022) indica que a União tem 28,7%. Embora a sede da Petrolífera seja no Rio de Janeiro, os interesses de privatização deflagrados em Brasília, mas é no bolso dos consumidores que a inflação explode corroendo o poder de compra, enquanto a Petrobras apresenta o lucro de R$ 106,6 bilhões (referente a 2021), o maior de sua história, período em que o preço da gasolina subiu cerca de 46% e o diesel 36% .