A Band exibe o documentário Luciano do Valle – A Voz de Todos os Esportes na faixa “Documento Band” desta quinta-feira, 4, às 22h30, data em que o apresentador completaria 77 anos.
Narradores como Álvaro José, André Henning, Cleber Machado, Everaldo Marques, Galvão Bueno, Luís Roberto, Oliveira Andrade, Sergio Mauricio e Téo José descrevem como foi conviver com o colega e tê-lo como inspiração.
Com uma carreira brilhante, o locutor esportivo é celebrado até hoje por ex-companheiros de trabalho, ídolos e campeões de diversas áreas, que relembram sua ousadia em investir em esportes pouco divulgados quando só se via futebol na televisão. “Minha primeira luta ao vivo para todo o Brasil, em 1997, foi com o Luciano do Valle. Era um auditório pequeno em Tijuana (México), bem arcaico, e lá estava ele narrando. Tive a oportunidade de ser o que sou hoje porque passei pela voz daquele cara. Ele mudou a minha vida”, enfatiza Acelino ‘Popó’ Freitas.
Dono de um timbre inconfundível, era um profundo conhecedor de diferentes modalidades e costumava dar palpite em tudo o que acompanhava. “Acho que o basquete deve muito a tudo o que o Luciano fez para que estivéssemos em evidência. Ele sabia exatamente em que momentos o time poderia ter se esforçado mais. Nas décadas de 1980 e 1990, ele e a Bandeirantes possibilitavam que o Brasil inteiro conseguisse nos ver na TV aberta. O Luciano foi um cara fundamental para todos os esportes, principalmente na categoria feminina e ele não somente inflamava, como também era nosso conselheiro”, afirma Magic Paula.
Hortência Marcari compartilha da mesma opinião que a ex-parceira de quadra. “Nós éramos amigos de verdade, íntimos, do tipo de contar segredos um para o outro. Como se já não bastasse ser um dos melhores locutores, ele também queria ser treinador. Era corneteiro e se achava o técnico. Mas, posso falar? Pior que ele entendia mesmo. Ele colocou Rui Chapéu, Maguila, voleibol, basquete feminino, tudo no horário nobre. Foi ali que nós começamos”, destaca a ex-jogadora.
A atração ainda resgata uma entrevista com Rui Chapéu, que faleceu em 2020. “A sinuca era vista como esporte de marginal, de pessoas desocupadas, e o Luciano do Valle teve a coragem colocá-la na TV ao vivo todo domingo. Depois dos meus filhos e da minha família, ele é a pessoa a quem mais devo na minha vida. Tanto eu quanto a sinuca”.
Natural de Campinas, Luciano do Valle morreu aos 66 anos vítima de um infarto no dia 19 de abril de 2014. Ele passou mal no avião que o levava de São Paulo para Uberlândia (MG) onde narraria o jogo entre Atlético-MG e Corinthians pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro no dia seguinte. O profissional chegou a ser socorrido em um hospital da cidade, mas não resistiu.
