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Criação de grupo de trabalho sobre reforma tributária causa polêmica na Câmara dos Deputados

Antes mesmo de se reunir pela primeira vez, o grupo de trabalho criado para analisar a proposta de reforma tributária, que é a PEC 45/19, que está em tramitação na Câmara dos Deputados, já provocou polêmica no Plenário.

Parlamentares do partido Novo questionaram a composição do colegiado, que é constituído por 12 deputados, e pediram a criação de uma comissão especial com número maior de integrantes e participação proporcional de parlamentares de todas as regiões.

Segundo o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o Amazonas está super-representado no grupo de trabalho, ao contrário dos estados da região Sul. Ele chegou a dizer que apoia a presença dos parlamentares amazonenses se eles concordarem em estender os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus para o resto do País.

“Dois por cento do total da Câmara dos Deputados está sendo chamado a compor um grupo de trabalho. E pior, completamente desequilibrado em termos regionais. Três deputados do estado do Amazonas. Nenhum do Rio Grande do Sul, nenhum do Paraná, nenhum de Santa Catarina. Agora, se dos deputados do Amazonas que lá estarão houver a proposta de fazer da Zona Franca de Manaus uma zona franca do Brasil, aí nós poderíamos concordar ou pelo menos começar a discussão”, disse Marcel van Hattem.

Já o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) defendeu a presença de deputados amazonenses no grupo e os incentivos da zona franca como maneira de diminuir os desequilíbrios regionais.

“Nós não podemos comparar o norte do País, que é precário e em que falta infraestrutura, falta educação e falta investimento na saúde. Somos precários na logística, não tem cabimento querer comparar com o Rio Grande do Sul, com São Paulo. É irracional este argumento”, afirmou.

“E a Zona Franca de Manaus fez um grande papel, ocupou o nosso estado, reduziu a desigualdade regional. Na zona franca, batemos recorde de arrecadação. Hoje o estado do Amazonas doa mais para o governo federal do que recebe”, disse Capitão Alberto Neto.

A PEC 45/19 foi apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) cujo texto extingue o IPI, PIS, Cofins, o ICMS e o ISS, todos incidentes sobre o consumo. No lugar deles, se criaria apenas dois impostos. O grupo de trabalho também vai analisar a PEC 110/19 que também está em tramitação no Senado.

PRIORIDADE DO GOVERNO FEDERAL

A reforma tributária é uma prioridade do governo, de acordo com o deputado Rogério Correia (PT-MG), que defendeu a criação do grupo de trabalho.

O coordenador do grupo, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), estima que o parecer final fique pronto até o final de maio. Esse parecer será elaborado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O grupo de trabalho é formado pelos seguintes deputados:

Reginaldo Lopes (PT-MG)

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)

Saullo Vianna (União-AM)

Mauro Benevides Filho (PDT-CE)

Glaustin da Fokus (PSC-GO)

Newton Cardoso Jr (MDB-MG)

Ivan Valente (Psol-SP)

Jonas Donizette (PSB-SP)

Sidney Leite (PSD-AM)

Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)

Vitor Lippi (PSDB-SP)

Adail Filho (Republicanos-AM)

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