E até Galvão Bueno entrou no pacote de contenção de despesas da Globo: a partir de dezembro deixa de ter contrato fixo e, como nos demais casos de artistas caros e importantes, passa a receber por obra. O acerto exigiu várias reuniões entre o narrador e os executivos da emissora, já que ele preferia manter o contrato no modelo atual.
Segundo o site Notícias da TV, as partes tinham combinado que tudo seria divulgado ontem, 27, no jornal O Globo, mas Galvão precipitou os fatos anunciando durante o jogo Brasil e Chile que irá se despedir depois da Copa do Catar.
Tudo indica que Galvão quer dominar a narrativa do encerramento da carreira de narrador, tornando um fato predominante na mídia até dezembro, quando sai do guarda-chuva da Globo e vai para o mercado em busca de contratos publicitários.
Era
A saída de Galvão encerra um ciclo importante da narração de TV, como um dia aconteceu com Geraldo José de Almeida e Luciano do Vale. Nos anos mais recentes, no entanto, Galvão deixou de ser narrador dos fatos relevantes de um jogo para falar, sem freios, de coisas nem sempre ligadas a bola rolando.
Galvão passou a acreditar que virou personagem. Por isso, não vai ser fácil seu desligamento, pois quando substituído em definitivo entrará para a história, mas deixará para trás 46 anos de reinado ao ser substituído por alguém mais prático e menos artista.
Debates
O SBT e a Band saíram na frente na TV aberta ao anunciarem as datas dos debates eleitorais para presidente. A Band fará o primeiro, como sempre, em agosto.
Já o SBT fez uma parceria com o jornal O Estado de São Paulo e a revista Veja, definiu as datas de primeiro e segundo turnos: 24 de setembro e 22 de outubro. A mediação será do experiente Carlos Nascimento.
Não há informação sobre debates na Globo. Pode-se imaginar as conversas nas salas de executivos e dos candidatos sobre como encaminhar o processo: no primeiro turno, com todos os candidatos, fica mais fácil, mas um debate em segundo turno com a possível presença de Jair Bolsonaro e Lula e a mediação de William Bonner, como será? Passar a régua nos problemas de relacionamento até agora entre as partes é o mínimo exigido.
Paciência
Quem gosta de zapear pelos inúmeros canais oferecidos na grade de TV por assinatura está ficando sem paciência, tal o número de intervalos e divulgações comerciais. O serviço de cabo, originalmente criado para obter receita pelo pagamento de assinaturas, cruzou o meio-fio e virou um balcão de faturamento.
Por isso, se percebe cada vez mais uma atitude seletiva do usuário, que coloca entre os favoritos os canais que menos abusam dos assinantes.
Miley
Quem se dedicou a ver o festival Lollapalooza nos canais Mutishow e Bis foi recompensado com o show de Miley Cirus sábado à noite. Muito profissional e emotivo, ao mesmo tempo, quando a cantora homenageou o baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, morto de overdose na Colômbia.
Miley chorou no palco quando lembrou do incidente com seu avião que foi atingido por um rádio (veja aqui) e teve que fazer um pouso forçado no Paraguai. Quando aterrissou, depois do susto, a primeira atitude da cantora foi ligar para seu amigo Taylor para dividir a experiência assustadora.
No palco, em São Paulo, Miley cantou “Angels like you” em homenagem ao amigo morto. Uma atitude só reservada a pessoas fortes.