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Em 2023 os incriminados serão exaltados pela política nacional e estadual

Na iniciativa privada, quando algum candidato a qualquer vaga de trabalho manda seu currículo ou é chamado para uma entrevista, a primeira coisa que o elimina são os problemas criminais, mesmo que ele esteja apenas sendo investigado.

Mas no setor público parece que os incriminados ou envolvidos em qualquer investigação da polícia ou da justiça, estão recebendo bons cargos e até perdões dos homens da toga. Na verdade, na política brasileira o crime está compensando.

Hoje vivemos mais uma página triste do entendimento jurídico no Brasil com a soltura do ex-governador Sérgio Cabral. Mesmo desviando muita verba do governo do Rio de Janeiro, ele ficou preso por poucos anos e agora está sendo penalizado com a prisão domiciliar numa mansão comprada e mantida, muito provavelmente, com o dinheiro do crime.

E a futura ministra da Cultura do Brasil que deve mais de R$ 1 milhão em impostos para o próprio governo que ela vai trabalhar. Sem contar que o Tribunal de Contas da União condenou a sua ONG em devolver mais de R$ 300 mil para o próprio Ministério da Cultura por não conseguir comprovar a utilização de dinheiro público em um seminário no ano de 2010, último ano do mandato de Lula.

Aqui em Santa Catarina também temos os nossos absurdos administrativos dados pela classe política. A partir de 2023 a secretária de educação de Blumenau, Patrícia Lueders, será nomeada secretária-adjunta da Secretaria de Educação do Estado.

O problema é que em 2021 ela e mais quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por conta do inquérito da operação “Agricultor Fantasma” que apurou irregularidades na compra de alimentos da agricultura familiar para as merendas das escolas municipais.

Patrícia Lueders é citada por ser a gestora das compras investigadas e deixar de agir para evitar supostos crimes, como fraude em licitação e não observar as formalidades para dispensa de licitação. um ex-gerente da Intendência da Vila Itoupava também foi indiciado por falsidade ideológica.

Segundo a investigação, houve superfaturamento nas compras dos alimentos que ocorreram com verba federal. Segundo o delegado Lucas Almeida, foram obtidas provas de que os preços adotados na compra de produtos de agricultores locais estavam acima do praticado no mercado, e que parte dos produtos adquiridos já estavam podres.

Além disso, parte da produção comprada seria buscada na Central de Abastecimento (Ceasa) de Blumenau, e não cultivada em propriedades de agricultura familiar, como prevê o programa federal, ou seja, eram vendidos por falsos agricultores que apenas faziam o papel de intermediários do produto.

Assim, como em outras investigações internas na Prefeitura de Blumenau, até hoje não se tem qualquer conclusão nas apurações internas e o delegado que investigava o caso acabou sendo estranhamente transferido para outra comarca.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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