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IA, dados e criatividade humana: ingredientes do sucesso para o setor publicitário

Foto: Reprodução/Freepik

Por Thiago Biazetto*

Como publicitário e empreendedor, acompanho de perto o rápido avanço da tecnologia ao longo do tempo, e como ela tem impulsionado a indústria publicitária nas últimas décadas. Dito isso, sem dúvidas, uma das que mais me impressiona é a inteligência artificial (IA), que se apresenta como uma poderosa ferramenta para mudar a forma como as pessoas se relacionam com as marcas. Mas não pense que a vejo como uma grande vilã. Pelo contrário, acredito que a IA seja uma aliada que trouxe uma nova dimensão para o setor.

Veja que, de acordo com o Painel Marketing Trends, mais de 60% dos maiores anunciantes que atuam no Brasil utilizam algum tipo de IA para realizar tarefas de marketing. Isso é reflexo de como profissionais têm entendido que, por meio da IA, eles podem coletar, analisar e interpretar uma grande quantidade de dados, algo que eu concordo e acredito tanto que trouxe para a Tif desde sua criação, há 19 anos.

Com uma cultura que batizamos como Beats&Bytes, optamos e acreditamos no uso inteligente de dados, para que dessa forma sejamos capazes de entender o comportamento do público-alvo dos nossos clientes, criando campanhas direcionadas, mas, muito além disso, usando a criatividade estratégica dos nossos profissionais para contarmos histórias que provocam conexões entre pessoas e marcas.

E isso só funciona na prática, ainda mais nos dias atuais, porque usamos ao nosso favor a eficiência da IA na publicidade, até porque não é uma tendência passageira, e uma ferramenta essencial para otimizar o trabalho da sua equipe e aumentar a experiência do cliente, com uma personalização inteligente. Para se ter uma ideia, um estudo realizado pela Segment exibiu que 44% dos consumidores estão dispostos a compartilhar seus dados em troca de uma experiência personalizada. Essa estatística mostra que o uso de inteligência artificial, se bem aproveitada, cria um ciclo virtuoso de satisfação mútua.

“Ah, mas Thiago, quer dizer então que o uso da IA no setor publicitário só tem beneficios?”. Não, estou longe de confirmar isso, até porque entendo os desafios e preocupações que todo esse avanço tecnológico traz. É crucial ter em mente que a capacidade analítica das máquinas não substitui a criatividade humana. Não é clichê dizer que acredito que o segredo esteja na união dos dois, pois entendo que essa é uma parceria poderosa e transformadora para diversos campos, impulsionando a inovação.

E sim, a criatividade humana ainda é inigualável. As pessoas conseguem algo que a IA não consegue: pensar de forma abstrata e não linear, criando storytellings únicos, com base em experiências e empatia, além do uso do critério ético e moral, que devem nortear todas as práticas. Esses pontos garantem que os benefícios superem os riscos, aumentando o escopo de possibilidades e aprimorando os trabalhos criativos.

Por exemplo, um relatório da McKinsey mostrou que as companhias que equilibram a criatividade com a análise de dados nas suas estratégias de marketing superaram seus concorrentes em até 20% no crescimento de receita. Ainda de acordo com a consultoria, as marcas que utilizam dados nas suas estratégias podem alcançar um aumento de até 20% nas taxas de conversão. E dentro das agências, segundo relatório da Deloitte, 49% dos profissionais de marketing consideram os insights obtidos por meio de análise de dados como a principal fonte de inspiração para criatividade em suas campanhas.

No geral, a conclusão que podemos chegar é que a IA representa uma grande revolução no mercado publicitário, principalmente na busca por inovação, proporcionando eficiência e personalização, além de melhorar os resultados. Se soubermos usá-la adequadamente, temos o potencial de elevar o marketing a novos patamares. Se soubermos abraçar as tecnologias estrategicamente — ao invés de enxergá-las como concorrentes — e direcionar a equipe para as demandas que realmente importam, teremos não um sucesso completo, mas metade da receita para construí-lo.

*Thiago Biazetto é publicitário e CEO da agência de propaganda full service

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