Na manhã desta quinta-feira, 17, o governador eleito Jorginho Mello (PL) foi até a Assembleia Legislativa de Santa Catarina para uma visita protocolar na presidência da casa.
O primeiro encontro foi com o presidente Moacir Sopelsa (MDB) para estreitar os laços entre o futuro executivo e o legislativo, diferente do que fez o governador Carlos Moisés (Republicanos) em 2018 e 2019.
Sopelsa é um amigo de longa data de Jorginho e conversaram sobre o governo, sobre a política estadual e também sobre a composição da próxima mesa diretora da Alesc.
Não há a certeza se Moacir Sopelsa falou sobre o MDB e o futuro governo, mas o partido de Sopelsa, que terá seis deputados estaduais na próxima legislatura, é sim um dos alvos do governador Jorginho Mello e Mauro de Nadal (MDB) pode ser o nome do presidente em 2023.
Obviamente que Jorginho não poderia deixar de passar no gabinete do deputado Júlio Garcia (PSD), que é um dos membros do legislativo mais experientes e também muito amigo do futuro governador.
Qualquer decisão da Alesc acaba passando por Júlio Garcia, que vai estar no plenário a partir do ano que vem e possivelmente será um dos nomes fortes dentro da Alesc que pode ajudar Jorginho Mello a controlar os ímpetos da oposição.
Um outro nome que vai estar na Alesc, mas que só assume em fevereiro de 2023, e que Jorginho Mello pretende visitar é o do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, que saiu fortalecido na última eleição e tem a intenção de comandar o MDB nas próximas eleições internas.
Quem acompanhou Jorginho nas visitas dentro da Assembleia foi o deputado estadual Ivan Naatz, que está encarregado de fazer as conversas para a formação do bloco governista.
O fato é que Jorginho Mello conhece muito bem o legislativo catarinense e sabe que um afago de vez enquanto é mais que necessário para estreitar os laços com os deputados estaduais, principalmente com os mais experientes.
No dia 19 de dezembro todos serão diplomados, muito provavelmente no plenário da Alesc, e deve haver mais conversas para o acerto dos ponteiros para evitar os incômodos sofridos por Moisés nos seus dois primeiros anos de mandato.
JORGINHO NO TJSC
Na manhã desta quinta-feira, 17, Jorginho Mello também esteve no Tribunal de Justiça de Santa Catarina e foi recebido pelo presidente do TJ, desembargador João Henrique Blasi, acompanhado por dezenas de outros desembargadores que integram a Corte Estadual.
Neste primeiro contato oficial, o futuro governador adiantou que seu objetivo de gestão é estabelecer uma relação harmônica e independente entre os poderes, porém com espaço para colaboração e parceria mútuas. “Queremos que vocês nos ajudem a construir uma Santa Catarina melhor”, pediu Jorginho.
Já o presidente do TJ traçou um quadro do momento vivido pelo Judiciário do estado, que hoje tem 7,2 milhões de habitantes e 3,6 milhões de processos. Segundo Blasi, para cada dois habitantes existe um processo em tramitação na Justiça.
Mesmo com esses números, o magistrado apresentou estatísticas que apontam o TJSC como o mais produtivo do país entre os tribunais de seu porte e é o segundo em comparação com cortes de maior envergadura, atrás somente do TJRJ.
Um número que chamou a atenção de Jorginho Mello foi quando Blasi revelou que o TJ enviou, só nos últimos quatro anos, cerca de R$ 200 milhões ao Fundo Penitenciário, recursos esses que foram aplicados na construção e reformas do sistema penitenciário.
No mesmo período, foram enviados também mais R$ 130 milhões para o recém-criado programa de Assistência Judiciária Gratuita (AJG), integrado por 10 mil advogados em todo o Estado, profissionais responsáveis por atender aqueles cidadãos que não têm como se defender nas ações judiciais.
Já perto do meio-dia, no encerramento do encontro, os magistrados cumprimentaram o governador e desejaram a ele sucesso e se colocaram à disposição do futuro governo.
