É fato que o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), não tem como se afastar do bolsonarismo nesse momento, mas também se obriga a ser direitista moderado por conta das parcerias que pretende fazer com o Governo Federal.
O Ministério da Saúde já informou que vai liberar já neste mês de fevereiro R$ 200 milhões para que os estados organizem mutirões para diminuir o gargalo das filas para cirurgias eletivas, exames complementares e consultas especializadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
O DNIT também já informou que garantiu para Santa Catarina R$ 422 milhões para a manutenção das rodovias federais em Santa Catarina e também disse que a obra da BR 470, entre Navegantes e a cidade de Gaspar, será entregue ainda em 2023.
E o governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, que é do mesmo partido de Jorginho Mello, também tem a intenção de se afastar do bolsonarismo e já mira formar um grupo de governadores liberais para que trabalhem juntos com a bancada federal para garantirem recursos para seus estados.
Com isso, Jorginho Mello vai no dia 2 de março para o Rio de Janeiro para conversar com Castro sobre “reforma tributária, de saneamento e muitos assuntos de interesse do Brasil e principalmente dos estados”.
O plano do governador de Santa Catarina é também fazer parte do grupo para não só garantir as verbas federais, mas também começar a descolar seu nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo Bolsonaro se colocando com o nome do partido para 2026, os governadores entendem que isso dificilmente aconteça, pois a oposição trabalha muito forte para que ele fique inelegível nas próximas eleições presidenciais.
Há um entendimento que, hoje, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o de Minas Gerais, Romeo Zema (Novo), são possibilidades mais fáceis de levar até 2026 do que Jair Bolsonaro.
Mas Jorginho sabe que não pode cometer o mesmo erro que o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) cometeu, se afastando de Bolsonaro já no início do mandato e tem o agravante de ter no seu partido um senador, três deputados estaduais e cinco deputados federais eleitos por aqui que defendem o ex-presidente com unhas e dentes.
Então, se o afastamento ocorrer de fato, se rá a conta gotas e de forma muito planejada, não só por Jorginho, mas por todos que se elegeram através da imagem e dos votos do eleitor bolsonarista.