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Não deixe os políticos pensarem demais

Depois do resultado do segundo turno, a classe política se voltou para as articulações para garantirem mais verbas e espeço no governo federal e nos governos estaduais eleitos.

Mas o deputado federal Eduardo Gomes (PL-TO) decidiu ir além e quer apresentar até o fim de 2022 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que daria a ex-presidentes da República o cargo de senador vitalício.

Essa proposta beneficiaria todos os ex-presidentes vivos, incluindo José Sarney (MDB), Fernando Collor (PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e a partir de 2023 Jair Bolsonaro (PL).

Para o deputado Eduardo, a proposta serviria para pacificar o país depois das eleições. Se aprovada, o Congresso teria, na próxima legislatura, seis senadores a mais do que as atuais 81 cadeiras existentes.

Esses novos senadores só poderiam votar em matérias que não exigem quórum qualificado, como projetos de lei, o que não contempla as emendas constitucionais e a votação da escolha do presidente do Senado.

O deputado Eduardo Gomes diz que essa proposta não aumentaria os custos com os ex-presidentes, pois hoje eles já recebem salário e possuem um aparato de segurança e motorista. No Senado, eles teriam direito a um gabinete e assessores parlamentares que já fazem parte do quadro de servidores da Casa.

Mas o deputado federal não coloca nessa conta os custos com telefones, luz, gasolina, benefícios, que seriam vitalícios para o novo senador e seis familiares e tudo mais que envolve a contratação de um funcionário público.

Sem contar que essa é mais uma proposta eleitoreira que não beneficia em nada a população brasileira. Qual mudança ocorreria com a inclusão desses ex-presidentes no Senado senão para os próprios? O que muda para eles é que todos ganhariam a tão sonhada imunidade parlamentar, protegendo-os de eventuais processos futuros.

Enfim, é mais um deputado querendo aparecer na mídia e nós, jornalistas, caímos mais uma vez nessa. Mas se não divulgarmos, esse tipo de proposta passa e ninguém fica sabendo ou fica sabendo somente quando os ex-presidentes forem empossados.

O político das próximas legislaturas tem que começarem a ter mais respeito com o dinheiro público e com a dificuldade que o brasileiro passa todos os dias para sobreviver e pagar os impostos que mantem esse tipo de gente lá em Brasília.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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