O Figueirense faz uma grande campanha e está com um pé na semifinal do Campeonato Catarinense 2024. Escrevi antes do estadual os motivos pelos quais isso poderia acontecer. O trabalho do técnico João Burse foi um deles e a estrutura fora de campo.
Com investimentos limitados, por conta da recuperação, o time mostra estratégia para chegar aos resultados. Sexta-feira (15), no Scarpelli, o jogo da volta contra o Barra pode garantir a semifinal. Conquistou a vantagem com a vitória de domingo, em Itajaí, por 3 x 1.
Sobre o jogo de domingo, não dá para colocar na conta da expulsão do goleiro Ewerton, do Barra, aos 7 minutos do primeiro tempo, após empurrar o volante Léo Baiano na área, a vantagem do Figueirense. O árbitro Edson da Silva exagerou na dose.
No fim de semana, em jogo do Real Madrid, Vini Jr. empurrou jogador do Celta de Vigo ao chão e recebeu apenas amarelo em lance parecido. Mas o Figueira não tem nada com isso. Já estava melhor na partida e em cima do adversário e chegaria à vitória mesmo assim. O gol de Renan Bernabé aos 38 minutos, depois de rebote do goleiro em chute de Guilherme Pato, abriu a porteira para uma grande vitória.
Com a vantagem em campo e no placar, o Figueirense fechou a conta com Guilherme Pato aos sete min, num contra ataque fulminante. JP Iseppe fez o terceiro, um golaço aos 23 minutos, talvez o mais bonito do campeonato, aparando de primeira e chute no ângulo do goleiro João Lopes. Não precisava tomar aquele gol do Adilson Bahia aos 40 minutos do segundo tempo. As mudanças de João Burse desconcentraram a equipe. Camilo, que fez a sua estreia, deveria esperar mais um pouco para entrar.
Burse fez questão de ressaltar que não tem nada ganho ainda, evitando soberba ou com a vaga antes do tempo. Está correto, pois o Figueira precisa seguir sua caminhada com tranquilidade e concentração. O torcedor pode sonhar com algo mais, quem sabe até uma final, mas no campo é preciso a mesma aplicação e entrega que levou a equipe a superar todas as expectativas criadas para o ano até o momento. Não dá para questionar a vantagem alcançada.
Campanha sólida, construída a partir do trabalho de João Burse e toda a estrutura formada em torno do futebol alvinegro.
Avaí e o VAR
O Avaí precisa jogar mais bola e reclamar menos. Há uma grande preocupação fora de campo com VAR e os erros de arbitragem. Até parece que existe um complô para prejudicar o clube no Catarinense. Não é bem assim. A equipe vem oscilando na competição e não foi bem no empate em 1 x 1 diante do JEC, especialmente no desempenho do segundo tempo. As mudanças de Barroca não tornaram o time envolvente e capaz de chegar à vitória. Precisa evoluir.
A entrevista do executivo de futebol Eduardo Freeland marcou território. Segundo ele, o Avaí vai lutar até o final “contra tudo e contra todos”. O que precisa é a Federação Catarinense de Futebol dar uma boa resposta sobre a ausência do VAR em Joinville, uma solicitação do Avaí, que foi comunicado minutos antes de a bola rolar. Gustavo Bauermann foi o mesmo de sempre, inseguro e confuso em marcação de faltas. Mas acertou nos lances capitais, embora o gol do Gava fosse muito ajustado. Com VAR, seria muito bem analisado. Absolvo o auxiliar Éder Alexandre, que anulou os gols, pois sem o uso do equipamento de imagem fica complicado definir.
Barroca deveria ter dado a entrevista coletiva. Esclarecido as dúvidas sobre suas decisões e escolhas. Além de projetar o confronto em casa no sábado. Não foi legal sua ausência por decisão da direção de futebol. Transparência acima de tudo. O torcedor azurra gostaria de ouvi-lo a respeito do desempenho da equipe. Colocar tudo na conta da arbitragem não é legal. O Leão precisa evoluir em seu futebol se quiser seguir adiante.
Equilíbrio
Em Tubarão, o Hercílio Luz por pouco não surpreendeu o Criciúma, o primeiro colocado na fase de classificação. Foi um jogo equilibrado, que terminou em 1 x 1, mas a equipe de Alexandre Lopes dominou o segundo tempo e desperdiçou várias chances para vencer. Em Tubarão, muita revolta contra a FCF por conta do pedido do Criciúma para o uso do VAR, que o Hercílio Luz foi contra. Teve até faixa contra o presidente da FCF. Próximo confronto será em Criciúma no domingo à noite. O outro semifinalista sai do confronto entre Marcílio Dias x Brusque, que jogam domingo em Itajaí, às 17 horas. O primeiro jogo terminou em 1 x 1 no Estádio das Nações. Jogo muito equilibrado.
Notas oficiais
Fazia tempo que não tínhamos nos bastidores do futebol catarinense, na disputa do Estadual, clima tão quente. Muitas reclamações por conta de arbitragem. Os clubes colocaram no regulamento que estão liberados pedidos de VAR, desde que pague as despesas. O Avaí tomou a iniciativa no clássico e dividiu a conta com o Figueirense. Depois pagou sozinho nos demais jogos. O clube quer a certeza de um resultado correto em campo. Alegou prejuízo em jogos anteriores. Por conta das várias discussões neste sentido, tivemos notas de reclamação de Criciúma, Hercílio Luz, Avaí no fim de semana. O Barra também emitiu uma nota após o jogo de domingo contra o Figueira. A Federação Catarinense de Futebol precisa reunir os clubes e colocar o dedo na ferida. Tenho certeza que para o ano que vem essa questão do VAR será revista.
