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Oitenta!

Oitenta!

A coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer (Arnaldo Antunes) 

A morte  – essa china maleva traiçoeira, como diz a canção nativista- levou muitos de nossos ídolos cedo demais. Elis partiu aos 36 anos, Cazuza , aos 32, Gonzaguinha tinha 45 quando morreu em um acidente de carro. Tem também a chamada “Turma dos vinte e sete”: Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Jim Morrison , Kurt Cobain e Amy Winehouse,todos talentosíssimos e mortos tragicamente aos 27 anos de idade.

Ver e ouvir Caetano Veloso, firme e forte, fazendo o show comemorativo aos seus 80 anos, ao lado dos três filhos músicos e da mana Bethânia, encheu meu coração de alegria. Outros artistas extraordinários acabam de completar 80 anos: Gilberto Gil, Milton Nascimento e Paulinho da Viola. Antigamente chegar a essa idade era sinônimo de velhice e ostracismo. Hoje, todos eles estão criando e apresentando-se nos palcos do Brasil e do mundo. Não estou dizendo que seja fácil para qualquer um fazer as coisas na terceira idade. O tempo cobra seu preço em forma de limitações físicas, perdas e dores.

Oitenta anos são uma tremenda esquina da vida, escreveu a admirável Marina Colasanti quando atingiu essa idade. Com certeza chegamos a ela mais frágeis, porque a possibilidade de morte, que sempre foi a mesma mas que antes parecia eventual, ganha uma certa concretude.(…) Aos 80, considero todo dia como um presente dos deuses, embora até hoje não saiba quem são eles. E toda noite agradeço com gratidão, mesmo com a indecisão do endereço- refletiu a cronista que agora está chegando aos 85 anos.

Logo, logo, Chico Buarque, Edu Lobo, Gal Costa, Rita Lee e Maria Bethania entrarão para o clube dos octagenários. Graças aos deuses, seguem cantando. A nós, cabe render homenagens a quem nos dá tantas alegrias e a preparar-nos para a chegada dos nossos oitenta. Afinal, como compôs Arnaldo Antunes quando fez 50 anos ( hoje, ele tem 61 ): Não quero morrer,pois quero ver como será que deve ser envelhecer. Eu quero é viver pra ver qual é. E dizer venha pra o que vai acontecer! Amém, Arnaldo!

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CONTOS PATERNOS

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