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Os traumas do PSD deixados pela eleição estadual de 2022

No período das convenções partidárias, o PSD e o União Brasil fizeram uma grande festa no Centrosul, em Florianópolis, para anunciar a candidatura do ex-prefeito de Capital, Gean Loureiro, ao governo do Estado.

Obviamente que toda candidatura ao governo do estado tem um custo alto e o PSD esperava que a executiva nacional, na figura do presidente Gilberto Kassab, fosse enviar recursos do fundo eleitoral para Santa Catarina.

Isso não aconteceu e o presidente estadual do PSD, deputado Milton Hobus, acabou com um rombo de R$ 800 mil nas mãos. Essa passagem da eleição deste ano é um dos motivos dele entregar o cargo no fim de 2022.

Hobus ficou extremamente descontente com tudo que aconteceu nessa eleição. Segundo ele, muitos candidatos a deputado estadual e federal acabaram ganhando mais verba do que o próprio partido, privilegiando suas campanhas e deixando o partido na mão.

A própria decisão de colocar Gean Loureiro e Eron Giordani como candidatos na majoritária praticamente deixou Milton Hobus sem força dentro do partido, pois praticamente toda a decisão acabou nas mãos de Jorge Bornhausen e do deputado Júlio Garcia.

Por tudo isso, Hobus não só vai deixar a presidência do partido como deve sair do PSD em 2023 e vai levar com ele o seu grupo de apoio, onde também está o ex-governador e candidato ao senado em 2022, Raimundo Colombo.

A novidade é que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), foi até Brasília nessa quarta-feira, 16, para aparentemente conversar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre recursos para o seu município, mas já se cogita que foi falar também de política estadual.

Não é segredo para ninguém que o Partido Liberal aqui no estado quer reunir na mesma legenda todos os bolsonaristas raiz e João Rodrigues, que trabalhou muito pelo presidente e manifestou apoio a Jorginho Mello no segundo turno, possa também estar deixando o PSD rumo ao PL.

AS NEGOCIAÇÕES

Kassab já foi ministro do ex-presidente Lula no seu primeiro mandato e já negocia com o petista para que o PSD entre na base de apoio do novo governo a partir de 2023 em troca de um ou dois ministérios.

Isso pode ser a pá de cal para que muitos políticos do PSD de Santa Catarina, que durante a eleição manifestou apoio a Bolsonaro, deixe a legenda, sobrando o comando do partido para Paulinho Bornhausen que não conseguiu se eleger deputado federal.

Esse também pode ser o grande motivo para que muitos membros do União Brasil catarinense abandonem o barco, pois Luciano Bivar, presidente nacional do partido, também já manifestou o interesse em apoiar Lula e Alckmin no novo governo.

O fato é que o pós-eleição, por conta dos desmandos na campanha de Gean Loureiro, por conta do favorecimento para algumas candidaturas proporcionais e agora pelos apoios nacionais a Lula, o PSD e o União Brasil podem perder muitas lideranças importantes para as eleições municipais de 2024.

O PSD elegeu para a Alesc os candidatos Júlio Garcia, Napoleão Bernardes e Mário Motta. Os dois últimos trazidos por Raimundo Colombo. Já o União Brasil elegeu Jair Miotto, Sérgio Guimarães e Marcos da Rosa. Nenhum deles fala em deixar os seus partidos e pensam somente na posse, em fevereiro.

Algumas definições devem ocorrer já no início de 2023 e muita gente pode desembarcar no PL para fortalecer o bolsonarismo visando 2024, mas principalmente 2026, pois dentro do PL nacional já se afirma que o presidente Jair Bolsonaro será a grande liderança da oposição do governo Lula e Santa Catarina é um estado estratégico nessa caminhada.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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