Portal Making Of

Preocupações dos latino-americanos vão da fonte de renda ao novo mandato de Trump

Foto: Reprodução

Emprego, saúde, segurança e meio ambiente seguem entre as principais preocupações dos latino-americanos. No entanto, um novo fator começa a ganhar destaque: o impacto do segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. É o que aponta o estudo Pressure Groups Latam, realizado pela Worldpanel.

O estudo mapeia três grandes blocos de preocupação entre os latino-americanos: questões financeiras (como emprego e renda), sociais (ligadas a saúde e qualidade de vida) e ambientais. Neste último, o Peru lidera, com 14% da população apontando os desastres ambientais como fonte de angústia, seguido por Brasil (12%) e Argentina (11%).

De forma geral, os temas mais recorrentes entre os entrevistados são manter o emprego, garantir a saúde e o bem-estar da família e lidar com a insegurança. Esta última aparece com mais força no Equador, onde 43% da população a considera sua maior preocupação. Desde 2021, o país enfrenta crise social e econômica.

Quanto às tensões geopolíticas, o México lidera o índice com 12% da população preocupada com a reeleição de Trump. A principal razão é econômica: o país é o segundo maior receptor de remessas no mundo. Em 2023, mexicanos que vivem nos Estados Unidos enviaram US$ 63,3 bilhões para suas famílias – valor que representa cerca de 4,5% do PIB nacional. As políticas de imigração representam apreensão dessas remessas diminuírem e afetarem a economia.

Na sequência, vem a América Central, com 9% de preocupação. Ao analisar os países desse bloco individualmente, é possível notar que o Panamá puxa a alta, com 14% – índice inclusive superior ao do México. Isso se deve à influência dos Estados Unidos no Canal do Panamá, rota estratégica entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

 

Perfil financeiro

Para entender como os latino-americanos lidam com a realidade econômica e tomam decisões no dia a dia, o Pressure Groups Latam classifica os consumidores em três perfis financeiros.

Os Comfortable estão tranquilos com as contas e dizem conseguir comprar tudo ou quase tudo o que querem. Os Managing precisam controlar os gastos, mas sem grandes apertos. Os Struggling, por sua vez, vivem no limite – o salário mal dá para o essencial e muitos não chegam ao fim do mês com dinheiro.

Em 2025, houve leve avanço entre os Comfortable, que agora representam 27% da população latino-americana (ante 25% no ano anterior). Já os Struggling caíram de 29% para 27%. Os Managing continuam sendo o grupo majoritário, com 46%.

Ao olhar a América Latina como um todo, é possível notar os dois extremos equilibrados, mas essa não é a realidade quando se analisa cada país. No México, Chile e Brasil, os Comfortable superam os Struggling. O México teve o maior avanço (de 25% em 2024 para 32% em 2025), seguido pelo Chile (de 33% para 36%). Já o Brasil se manteve estável (de 29% para 30%).

Na Argentina, na América Central e no Peru, por sua vez, há crescimento entre os Comfortable, mas os Struggling ainda são maioria. Já Bolívia, Colômbia e Equador registram aumento no grupo mais vulnerável. Na Colômbia, por exemplo, o percentual de Struggling subiu de 28% para 34%.

“A situação financeira influencia a forma como os latino-americanos compram. Embora a região dê sinais de recuperação, com melhora no bem-estar financeiro de parte da população, nos países com maior pressão econômica – Bolívia, Colômbia e Equador –, predomina a estratégia de contenção. Já em mercados com maior conforto financeiro – México, Chile e Brasil –, é mais comum encontrar pessoas ativas, que buscam promoções e oportunidades. Entender essas nuances é essencial para a indústria de bens de consumo se conectar de forma efetiva com os consumidores da América Latina”, afirma Kesley Gomes, PanelVoice Director da Worldpanel.

A terceira edição do Pressure Groups Latam ouviu quase 15 mil pessoas em oito mercados – América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá e República Dominicana), Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Vencer, reagir, organizar ou afundar

Ressacada é obrigação, não convite O Avaí volta à Ressacada pressionado. Depois de perder a invencibilidade e sair do G-4 da Série B, a equipe

Leia mais

ACAERT e LIDE SC fecham nova parceria

Em reunião realizada ontem, 14, na sede da ACAERT, em Florianópolis, o presidente da entidade, Fábio Bigolin e o presidente do LIDE Santa Catarina, Delton