Esse Avaí faz coisa como gritava o velho poeta e grande avaiano Hélio Lang toda vez que entrava no Estádio Adolfo Konder para ver o seu clube do coração. É com esse pensamento que o torcedor azurra deve ir em bom número ao Estádio da Ressacada neste sábado, às 20h30, para empurrar o Leão da Ilha em busca da virada diante do Brusque. Não será fácil desfazer o 2 x 0 contra, placar do primeiro jogo na Arena Joinville. O time de Barroca vai precisar jogar muita bola. Repetir aquele jogo fora da curva que fez no 4 x 0 diante do Joinville sábado passado. Só tem um detalhe: o Brusque não é o Joinville.
Jogo comum?
O Avaí foi jogar uma partida comum em Joinville na quarta-feira (20), quando deveria ter em campo o espírito de final. O que vimos foi uma equipe apática, abatida e sem brilho para brigar pelo resultado. Muitas carências técnicas, estratégia e mental fraco. Pagou caro. Pegou pela frente um adversário que fez do jogo uma decisão, estratégico. Afinal, em jogo está vaga para a Copa do Brasil 2025 e presença na final do Catarinense, privilégio que o Leão da Ilha não tem desde que foi campeão em 2021.
Quem pode, pode!
Normalmente se vê isso em uma final de campeonato, quando a competição termina. Mas o Avaí repetiu em Joinville, diante do Brusque, o que já tinha feito contra o próprio Joinville há duas semanas. Contratou mais um ônibus, além daquele que transportou a delegação, e levou para o local do jogo todos os atletas não relacionados. Inclusive os que estavam em tratamento de lesão. Claro, nem todos gostam de viajar assim e tem quem reclame, mas o objetivo da direção de futebol foi demonstrar união do grupo e foco na meta. O reforço fora de campo não suficiente para voltar com um resultado melhor.
Jogar no ataque?
Como atuar para reverter 2 x 0 contra diante de um adversário estruturado e qualificado como o Brusque. O Avaí vai ter que se reinventar. Especialmente pelo setor de meio campo, com a ausência de Pedro Castro. E mais ainda no ataque, que tem números em destaque na temporada, mas que não funcionou contra o adversário da semifinal. Barroca terá coragem de mudar peças? Mudar a mentalidade dos jogadores? Não aposto nisso, mas precisava dar uma mexida boa, buscar no grupo uma ‘armar secreta’. Surpreender Luizinho Lopes nesta decisão. Vale muito para o Avaí e terá que arriscar, encurralar o adversário e jogar a bola que não jogou na ida.
Lesões demais
Muitas lesões, várias musculares, atrapalharam o trabalho do técnico Barroca no Catarinense. Pedro Castro é o caso mais recente, em Joinville. Hygor pisou numa grama fofa da Ressacada e está fora desde o jogo contra o Criciúma. Ronaldo Henrique, também. Giovanni ficou muito tempo fora do que jogando. Judson ainda segue dúvida e está fazendo falta. Sem falar em Jean Lucas, com problemas particulares. Tudo isso afeta o planejamento. Não serve como desculpa para o Avaí. Lembro de um tempo em que Jaelson Ortiz, preparador físico por mais de 10 anos no clube, ficava indignado quando surgia uma rara lesão muscular. Bom estar atento a isso para não sofrer lá na frente, quando chegar a Série B.
Barra de novo!
Surpresa? Agora parece que não. A vitória de virada por 2 x 1 do Barra sobre o Criciúma nesta quinta-feira (21), em Itajaí, jogo de ida da semifinal foi muito merecida. Não dá para dizer que foi surpresa essa vitória diante de um time que vai disputar a Série A do Brasileiro. Vai a Criciúma, no domingo, às 16 horas, no Heriberto Hülse, com a vantagem do empate. O Tigre de Cláudio Tencati não terá vida fácil se quiser defender o título estadual conquistado ano passado.
Tem de onde tirar?
O Criciúma perdeu em Itajaí, mas lutou até o final. Teve dois desfalques por convocações de seleção, uma da Venezuela com o zagueiro Wilker Ángel e outra do Peru, com o lateral Miguel Trauco. Poupou ainda o atacante Éder, que entrou no final. Perdeu chances demais e teve um gol anulado pelo VAR. Mesmo assim segue favorito para fazer a virada em casa, com o apoio de seu torcedor. Precisa evoluir no sistema defensivo. As falhas diante do Barra foram responsáveis pela derrota. Tencati tem de onde tirar para fazer a equipe evoluir e buscar o resultado. É questão de paciência e muito mental para o resultado.
Novo estádio
O Barra em pouco tempo estará entre os grandes do futebol catarinense. A equipe está estruturada, com a parceria que tem com investidores ligados ao Hoffenhein, da Alemanha. Deve inaugurar brevemente o seu novo estádio, estrutura que dará suporte a este crescimento. O Centro de Treinamento instalado na mesma área tem campos de grama natural e dois gramados artificiais, além de prédio administrativo, alojamento para atletas, centro de performance, escola, restaurante e apoio de funcionários. O estádio terá capacidade para seis mil torcedores, será de grama natural e com possibilidade de expansão no futuro. Esta semana o presidente da FCF, Rubens Angelotti e todo os seu staff visitou as novas instalações.
Violência
A batalha campal verificada no intervalo do jogo Brusque x Avaí, na Arena Joinville, na quarta-feira (20), foi lamentável e poderia ter sido evitada, caso as autoridades tivessem tomado as medidas preventivas. Parece ter sido um encontro marcado e deu no que deu. A ação da PMSC no local do evento foi tardia, depois que a batalha começou com a invasão do gramado. Felizmente não tivemos feridos. Mas tanto Brusque quanto Avaí serão denunciados e poderão ter penas duras. Violência que se repete a cada instante em jogos de futebol e não dá para tolerar mais episódios como este. E dá-lhe nota oficial de todos os lados. Mais ação e menos notas.
Homenagem
Muito bacana a homenagem que o Avaí fez ao querido Oraldo Ventura, o homem das maquetes. Ele já tinha construído a maquete da casa de Osvaldo Horn, local onde nasceu o Avaí Futebol Clube. E ano passado, por ocasião do Centenário do clube, construiu a maquete do antigo Estádio Adolfo Konder. Muito legal, pois trata-se de um avaiano e este reconhecimento dá energia para quem tanto já se dedicou ao clube. Parabéns Avaí. Muito bom ver KK de Paula entregando a homenagem.
Dorival Jr.
Não poderia ser uma estreia mais contundente essa de Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira. Jogo diante da Inglaterra, no novo Estádio de Wembley, em Londres. A equipe está pronta e a escalação pode ter novidades: Bento; Danilo, Fabrício Bruno, Beraldo e Wendell; Bruno Guimarães, João Gomes e Lucas Paquetá; Vini Jr, Rodrygo e Raphinha. Conheci Dorival aos 20 anos, quando chegou ao Avaí. Tornou-se um amigo. Hoje tenho orgulho de vê-lo com tamanha responsabilidade. Competência tem de sobra, mas só isso não basta. Então que tenha também muita sorte.
Balanço 100 dias
O CEO do Figueirense, Enrico Ambrogini, prestou contas dos 100 dias em que está à frente do clube, ao lado do executivo de futebol Marco Aurélio Cunha. Nesse período tivemos evolução no alvinegro, compromisso atendido com credores e crédito na praça, com a chegada de parceiros. Cerca de 40% do investimento do Figueira foi para o pagamento da dívida. “O torcedor quer mais grana investida no futebol, mas temos que ter os pés no chão”, disse Ambrogini. O Figueirense precisa melhorar no campo, onde o grande sonho do torcedor é ver o time voltar à Série B, onde já está o coirmão. Assim fica mais próximo de chegar à elite.