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A Segurança Pública é o primeiro desconforto de Jorginho Mello no Governo de SC

Tudo que começa errado tem pouca chance de dar certo. No dia 1º de janeiro, no início do seu governo, Jorginho Mello (PL) anunciou o vereador de Jaraguá do Sul, Jeferson Fonseca Cardoso (PL), como o novo secretário de Administração Prisional e Socioeducativa.

No mesmo dia já apareciam manifestações de Agentes Prisionais contrários ao nome dele justamente porque em 2019, na Operação Sinal Vermelho, Jeferson acabou preso por supostamente interferir na investigação.

Essa investigação, que corre na 1ª Vara Criminal de Jaraguá do Sul, aponta que Jeferson Cardozo facilitava a aprovação de testes de direção de alunos que faziam a habilitação na sua cidade em troca de propina, pois além de agente prisional ele é dono de Autoescola.

O fogo amigo foi tão longe que acabou virando assunto na coluna do jornalista Robson Bonin, da Revista Veja, e também uma nota sarcástica na página O Antagonista, do UOL. O texto diz que “Ninguém poderá acusar o secretário de não conhecer o assunto por dentro”, fazendo menção ao tempo em que Cardozo esteve preso justamente no sistema que ia administrar.

Estranhamente o nome dele sequer foi publicado no Diário Oficial do Estado, o que acabou chamando a atenção de todos. E no fim da tarde de terça-feira, o colunista Moacir Pereira trouxe a informação que Jeferson não seria mais o secretário da pasta.

Só que o adjunto, o vereador Neuri Mantelli (PL), de Chapecó, que vai comandar a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa interinamente, também não agradou os Agentes Prisionais.

É que Jorginho Mello, durante a campanha, prometeu colocar um funcionário de carreira nessa função e Neuri é um ACT, ou seja, um funcionário contratado em caráter temporário. Mas o governador já mandou avisar que ele fica no cargo até a escolha de um novo nome.

POLÍCIA CIVIL

Mas os problemas não param por aí. Até esse momento o nome do secretário de Segurança Pública do Estado não saiu e os agentes da Polícia Civil estão preocupados, pois dizem que foram esquecidos nos quatro anos de Carlos Moisés e agora, com a delegada Marilisa Boehm (PL) como vice-governadora, exigem uma valorização.

O que eles querem na verdade é um policial civil no comando da secretaria para que a distorção salarial entre a ala militar e a civil seja, pelo menos, diminuída. A demora na escolha do secretário faz com que se imagine que a Secretaria de Segurança Pública vá para a mesa de negociação de Jorginho em troca de apoio político.

Os policiais civis querem uma escolha técnica, nomeando alguém que entenda de segurança pública e que já tenha enfrentado o dia a dia da polícia, ou que pelo menos conheça as particularidades dessa pasta que tem um trabalho fundamental para o estado.

Jorginho Mello vai ter que se mexer rápido para evitar que essa bola de neve cresça e acabe causando estrago maior para um governo que mal começou. Marilisa Boehm conhece bem os problemas da Polícia Civil e deve conversar com a classe para acalmar os ânimos.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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