Parece que o sofrimento do torcedor azurra não vai acabar tão cedo após a goleada que o Avaí sofreu por 3 x 0 para o Vitória na noite deste domingo, no Barradão, em Salvador, 28ª rodada da Série B. A diretoria de futebol do clube precisa cobrar do técnico Barroca um rendimento melhor do que esse apresentado na Bahia. Foi feito um grande investimento para evitar o rebaixamento com as 12 contratações e até o momento a equipe não dá a certeza de que vai ficar. As palavras do treinador na entrevista coletiva foram vagas para um trabalho ruim apresentado. O parâmetro não pode ser o desastre que foi o paraguaio Morínigo, mas sim o que o clube deseja daqui para frente dentro do seu planejamento.
O placar saiu barato para o Leão da Ilha, uma vez que o Vitória, líder de Série B, tirou o pé do acelerador. Caso contrário tinha ido muito mais. A derrota deixa o Avaí na alça de mira da Chapecoense, primeira equipe na zona de rebaixamento e a três do Leão, além de ter um saldo de gols melhor. Foi ultrapassado pelo Sampaio Corrêa, que venceu na rodada a Chapecoense. Pelo visto, o sofrimento vai até o final nesta luta desesperada pela permanência.
As escolhas de Barroca têm sido terríveis. A dobra pela esquerda com Cortez e Natanael não funciona, ambos não estão bem e é um setor fraco defensivamente. Ofensivamente é pior ainda. O grande problema do Avaí é o setor de meio campo, o pulmão da equipe. Três jogadores com as mesmas características, lentos na transição, marcam muito pouco e têm mobilidade quase nenhuma. Qualquer adversário tira vantagem no confronto com este setor azurra. As laterais estão comprometidas e o ataque é inoperante. Perspectivas não são boas para as dez rodadas restantes que o Avaí tem para finalizar a competição. Mas a permanência está ao alcance.
Brusque a um ponto
A virada história do Brusque na noite deste domingo por 4 x 3 sobre o Operário de Ponta Grossa, encaminha a equipe do Vale para um novo acesso à Série B. Um daqueles jogos para congelar na memória, tamanha a dramaticidade e a necessidade de vencer do Bruscão. Um acesso mais do que justo pelo trabalho realizado pela diretoria, através do seu presidente Danilo Renzini, o filho André Renzini e o técnico Luizinho Lopes.
O Brusque está gigante com este retorno à Série B. São nove pontos, três vitórias seguidas, que praticamente garantem o Acesso, mas é preciso e recomendável ver o andamento dos demais jogos para evitar surpresas. Parabéns ao Brusque, que faz um trabalho sério e confiável e cuja diretoria não deixa nada atrapalhar suas convicções.
Decisão da Copa do Brasil
Dorival Junior é o cara. Que trabalho maravilhoso faz este técnico, o melhor do país. A vitória do São Paulo sobre o Flamengo por 1 x 0, gol do argentino Calleri, foi justa e construída com muita entrega por um grupo que sabe o que quer. A final domingo que vem vai confirmar isso. Veremos.
Figueira lidera
O Figueirense busca encontrar motivação, com o apoio de sua imensa torcida, para chegar ao objetivo de disputar a fase semifinal da Copa Santa Catarina. Neste sábado, no Scarpelli, venceu a Chapecoense por 1 x 0, gol de Léo Baiano, de cabeça, aos 15 minutos do primeiro tempo. A equipe evoluiu, é verdade, mas ainda está longe de ser candidata ao título. Paulo Baier e seus comandados têm trabalhado para chegar lá. Esse jogo foi muito ruim tecnicamente. O Figueirense criou inúmeras oportunidades, mas não soube traduzir em gols a superioridade diante de um adversário que estava sem sua força máxima.
Antecipação de recebíveis
Nesta segunda-feira (18), o Conselho Deliberativo do Avaí, presidido por Bernardo Pessi, deve aprovar a antecipação de recebíveis, no valor de nove milhões de reais, junto à empresa XP Investimentos como parte dos recursos que serão repassados por conta do contrato com a Liga Forte Futebol. Depois da frustração da semana passada, foi marcada uma nova reunião extraordinária do Conselho, que atendeu aos conselheiros e encaminhou toda a documentação para análise via e-mail. O clube precisa dessa antecipação para sanar compromissos emergênciais que estão para vencer, inclusive salários.
Caminho da união
Semana passada registrei aqui a agressão sofrida pelo ex-presidente Battistotti na saída da Ressacada, após jogo contra o Atlético Goianiense. Um torcedor o acusou de endividar o clube. Pois bem, o presidente Júlio Heerdt, sempre atento, tomou conhecimento do fato e ligou para Battistotti. Colocou-se à disposição para encontrar um acesso mais seguro, em local reservado.
A conversa foi em tom amistoso e não poderia ser diferente, uma bela iniciativa do presidente. Battistotti reclama que a dívida do clube vem de gestões anteriores e não apenas na gestão dele. Reiterou que isso deveria ficar claro para todos. O atual presidente quer serenar os ânimos e o momento exige isso.
O Avaí é gigante e precisa ter correntes unidas em torno de um mesmo objetivo. É preciso quebrar algumas amarras. Ao ser eleito, Júlio colocou no peito o adesivo das demais chapas e disse que a partir daquele momento o clube seria um só. Não foi bem o que aconteceu, mas ainda há tempo de unir todas as pontas, chamar as correntes para ajudar e criar força única para seguir no projeto estabelecido pelo planejamento estratégico.
Capitulo à parte
O torcedor do Figueirense é mesmo um caso à parte. Numa tarde de sábado, com sol forte e vento nordeste, 2.692 torcedores foram ao Scarpelli prestigiar a equipe na vitória de 1 x 0 sobre o time alternativo da Chapecoense. Os dirigentes precisam dar um troféu ao torcedor que jamais abandona o time, por pior momento que seja. Parabéns, Nação Alvinegra.
Cartilha do acesso
O Criciúma está cumprindo direitinho a cartilha do acesso. Resultados sobre a hora e com requintes de crueldade para o seu torcedor. A vitória de virada por 2 x 1 sobre o Mirassol no Heriberto Hülse foi algo assim. Gol nos acréscimos e volta ao G-4. O futebol de Santa Catarina precisa do Criciúma na Série A.
