A demolição das casas na Praia do Forte, em Florianópolis, escancara uma face dura e seletiva da atuação do Estado: aquele que se mostra inflexível com comunidades tradicionais, mas condescendente com ocupações privilegiadas. Em nome da legalidade e da preservação de um patrimônio tombado, famílias que vivem há gerações no local, reconhecidas como parte da história e cultura da Ilha, foram tratadas como invasoras. Ignora-se que ali há vidas, memórias e raízes que resistem há mais de 150 anos, construídas por descendentes de pescadores e trabalhadores da própria fortaleza. Enquanto os moradores buscavam um acordo com a União — inclusive com apoio da UFSC e pedidos de Termo de Ajustamento de Conduta — o que receberam foi ordem de despejo e máquina na porta. É a mesma lógica do asfalto que chega antes do esgoto, do progresso que passa por cima de quem não tem CEP valorizado. Um Estado que derruba sem ouvir, que reprime antes de dialogar, só reforça a desigualdade e evidencia que o problema nunca foi apenas o solo ocupado, mas quem ocupa. Justiça, neste caso, virou sinônimo de exclusão.

Reforma da Previdência expõe jogo de pressão política na Câmara de Florianópolis. A votação decisiva da Reforma da Previdência dos servidores municipais, realizada na terça-feira (29), escancara a lógica de submissão que domina o Legislativo da Capital: vereadores que ousam pensar por si ou representar seus eleitores enfrentam retaliações diretas. Na primeira votação, os governistas Jeferson Backer (MDB) e Josimar “Mamá” Pereira (União Brasil) contrariaram o prefeito Topázio Neto (PSD) e, como resposta, viram 14 comissionados ligados a eles serem exonerados. A mensagem foi clara: ou votam como manda o Executivo, ou perdem os cargos que distribuem. Com 16 votos garantidos, a reforma foi aprovada sem surpresas — e com ela, uma dupla agressão aos trabalhadores do serviço público municipal. Enquanto, no plenário, os direitos dos servidores eram atacados, do lado de fora a Guarda Municipal impedia a entrada da população e reprimiu com violência aqueles que tentavam acompanhar a votação, em mais um episódio que expõe o autoritarismo por trás do discurso de responsabilidade fiscal. Salvo as exceções, que embora resistam no grito, são minoria efetiva nos votos. E o povo, iludido, segue acreditando que o voto dos vereadores é guiado por convicção e consciência.

Inteligência Artificial redefine a dinâmica econômica dos escritórios de advocacia. A incorporação da inteligência artificial nos escritórios de advocacia vem gerando impactos expressivos na eficiência operacional e na estrutura de custos do setor jurídico, como discutido na reunião do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados de Santa Catarina (CESA/SC), realizada na sede da Menezes Niebuhr, em Florianópolis. Durante o encontro, o advogado Alexandre Atheniense, referência nacional em Direito da Tecnologia, apresentou casos reais que mostram como a IA tem acelerado análises documentais e ampliado a produtividade, ao mesmo tempo em que exige revisão crítica e responsabilidade humana nas decisões. Segundo Giancarlo Castelan, presidente do CESA/SC, a adoção consciente da tecnologia é essencial para reduzir despesas, otimizar processos e aprimorar a interação entre os agentes do sistema jurídico, configurando uma transformação econômica que redefine o futuro da advocacia.

Neivor Canton receberá a maior honraria da indústria brasileira. O industrial Neivor Canton, diretor-presidente da Aurora Coop, será agraciado com a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a mais alta distinção concedida ao setor no país. Indicado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Canton será homenageado em cerimônia no dia 27 de junho, em Florianópolis. Reconhecido como uma das principais lideranças do cooperativismo nacional, Neivor comanda o terceiro maior grupo agroindustrial de proteína animal do Brasil e lidera a expansão internacional da companhia, com a abertura de uma unidade em Shanghai prevista para este ano. Natural de Ipumirim, o executivo também acumula ampla trajetória em entidades do setor industrial e cooperativista catarinense.

A estreia da marca chinesa Omoda & Jaecoo em Santa Catarina, com a inauguração da primeira loja em Florianópolis pelo Grupo Dimas, reforça o movimento de expansão do mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil. Apostando no SUV 100% elétrico Omoda E5 e no híbrido Jaecoo 7 SHS, a operação amplia a oferta de opções sustentáveis e tecnológicas para consumidores exigentes e conectados, consolidando o estado como um dos protagonistas da nova mobilidade. Para o CEO Ricardo Dimas da Silva, a aposta na inovação e no valor agregado dos modelos acompanha a tendência global de transformação no setor automotivo e posiciona a empresa à frente das mudanças de demanda impulsionadas pela eletrificação e pela busca por soluções de transporte mais eficientes e ambientalmente responsáveis.
Responsabilidade social é uma das chaves para combater a falta de mão de obra. Para enfrentar o desafio crescente da escassez de mão de obra qualificada, a FIESC lançou o programa Reconecta, que incentiva pessoas em situação de vulnerabilidade social a retomarem os estudos e se prepararem para o mercado de trabalho. A iniciativa, desenvolvida em parceria com o SESI/SC, oferece cursos preparatórios de 16 horas/aula em Linguagens e Matemática, com metodologia adaptada ao ritmo de cada estudante, além de estimular habilidades socioemocionais essenciais. Com as primeiras turmas abertas em Lages e expansão prevista para outras cidades, o programa reforça a importância da responsabilidade social como estratégia de inclusão produtiva, ampliando a base de trabalhadores qualificados e contribuindo para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina.
O Sicoob SC/RS registrou um crescimento de 18% em seus ativos totais em 2024, atingindo a marca de R$ 57 bilhões, conforme balanço apresentado durante a Assembleia Geral Ordinária realizada em Florianópolis. O desempenho positivo, mesmo diante dos desafios climáticos que afetaram a região Sul, reflete o esforço conjunto das 38 cooperativas singulares e o foco em soluções financeiras personalizadas para os cooperados. Além disso, o Sicoob Central SC/RS destacou-se no crédito rural, subindo para a 2ª posição no ranking nacional de liberações com recursos do BNDES, e movimentou cerca de R$ 700 milhões em feiras agropecuárias. O apoio a micro, pequenas e médias empresas somou mais de R$ 23,5 bilhões em financiamentos, enquanto o crédito automatizado gerou R$ 1 bilhão em operações e R$ 68 milhões em receita. O investimento em formação e governança também avançou, com mais de 14 mil dirigentes, gestores e colaboradores capacitados ao longo do ano.
Nova revista impulsiona comunicação e expansão do cooperativismo catarinense. Com papel estratégico para o fortalecimento econômico do cooperativismo, a Revista Cooperativa foi lançada na terça-feira (29), durante o ComunicaCoop em Florianópolis, e promete ampliar a visibilidade de um setor que movimenta bilhões e sustenta milhares de empregos em Santa Catarina. Desenvolvida pela OCESC em parceria com a Editora Expressão, a publicação trimestral traz reportagens exclusivas, tendências de mercado e ações inovadoras, conectando o público às práticas que impulsionam o desenvolvimento sustentável nos sete ramos do cooperativismo. Ao investir em comunicação especializada, o projeto fortalece o ambiente de negócios, fomenta a intercooperação e valoriza o protagonismo das cooperativas na economia catarinense, reforçando sua contribuição para a geração de renda e inovação no estado.
SESCOOP/SC incentiva celebrações do Dia Internacional do Cooperativismo com apoio financeiro. O SESCOOP/SC aprovou a Resolução nº 177/2025 para regulamentar o aporte financeiro destinado às cooperativas catarinenses na realização de ações comemorativas ao Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado no primeiro sábado de julho. As iniciativas poderão ocorrer entre 15 de junho e 15 de julho de 2025, de forma individual ou em intercooperação, abrangendo todas as áreas e ramos de atuação. A medida busca fortalecer a visibilidade do cooperativismo e estimular a integração entre as cooperativas no estado. Mais informações podem ser consultadas no link https://cutt.ly/nrjb94N1 ou pelo e-mail p.social@sescoopsc.org.br.
Alta de juros à vista: remédio amargo segue sem curar a inflação. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinalizou que a taxa Selic deverá ser elevada novamente na próxima semana, mantendo-se em patamar restritivo pelo “tempo que for necessário” para que a inflação convirja à meta. A decisão, no entanto, vem sendo duramente questionada por especialistas e setores produtivos, já que o atual ciclo de alta de juros tem desacelerado a economia e penalizado as famílias, sem os efeitos esperados sobre uma inflação que é, majoritariamente, de origem externa e de oferta — como alimentos, combustíveis e eventos climáticos. Em vez de combater o problema na raiz, a política monetária imposta impõe um custo social alto e compromete o crescimento, ao mesmo tempo em que a fluidez dos canais de transmissão está comprometida por subsídios cruzados e crédito concentrado em setores menos afetados. O remédio, como reconhece o próprio Galípolo, tem sido amargo demais — e o alívio, distante.
Pela primeira vez em quatro anos, o governo federal fechou o mês de março com superávit de R$ 1,1 bilhão, contrariando as expectativas de déficit de R$ 3 bilhões. O resultado positivo se deve, principalmente, ao menor volume de pagamentos de precatórios e ao aumento da arrecadação, que somou R$ 174,6 bilhões, frente a R$ 173,6 bilhões em gastos. No acumulado do primeiro trimestre, o superávit já alcança R$ 54,5 bilhões — o melhor resultado desde 2022 —, mas o governo ainda enfrenta o desafio de equilibrar as contas no ano, já que o saldo dos últimos 12 meses permanece negativo em R$ 10,9 bilhões.

Dólar em queda acelera com incertezas nos EUA e perde força global. Abalado pela incerteza tarifária nos Estados Unidos e pelos crescentes temores de recessão, o dólar acumula perdas significativas em 2025, com recuo de mais de 8% frente a uma cesta de moedas relevantes. Em abril, a moeda americana teve sua maior queda mensal desde 2022, ao despencar 4,5%, refletindo uma fuga de investidores dos ativos americanos e alimentando rumores sobre uma possível crise de confiança na principal moeda de reserva global. Para Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs, o movimento ainda não terminou e o dólar “ainda tem muito a cair”.