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A série brasileira de ação que conquistou o mundo e um documentário profundo sobre a vida e o suicídio de um ícone

Maeve Junkings, Thomas Aquino e Rômulo Braga do elenco do "DNA do crime" (Foto: Divulgação/Netflix)

Durante décadas o cinema brasileiro fez cenas de ação bem toscas, principalmente se comparadas com quem melhor produz o gênero, os norte-americanos. Com o crescimento das produções para o streaming, isso vem mudando. Parece que, finalmente, aprendemos a criar sequências de ação empolgantes. Claro que isso requer investimento grande por parte das plataformas, pois já não se admite mais que os bandidos caiam do penhasco em um fusquinha 66. E, se o diretor, perdesse a cena, não podia repetir. Já não é mais assim.

Este ano percebemos o salto de qualidade em duas produções: “Cangaço Novo”, lançada em agosto pela Prime Vídeo, e agora a recém chegada “DNA do crime”, na Netflix.

Baseada na história real do assalto a uma transportadora na fronteira Brasil-Paraguai, a trama segue a história de Benício e Suellen, dois policiais federais sediados em Foz do Iguaçu na caça de uma quadrilha de roubo a bancos. Benício carrega o trauma de ter perdido o parceiro e melhor amigo assassinado durante o resgate de prisioneiros. De personalidade complicada, ninguém quer fazer dupla com ele. Suellen, que acaba de voltar da licença maternidade, aceita a parceria para poder voltar ao trabalho de rua. Em meio a várias infrações, a dupla vai descobrindo que o resgate dos presos já era a prévia do mega assalto à transportadora. Com locações em várias cidades, correria de carros e armamento pesado, outra coisa se destaca: a importância da perícia do DNA dos criminosos. Não por acaso, o policial cita a famosa série americana “CSI”.

Com seus oito episódios, “DNA do crime” está fazendo sucesso não só no Brasil, como em vários países do mundo. Ela está primeiro lugar do top 10 de produções mais vistas em língua não inglesa em 71 países, como Argentina, Paraguai, República Dominicana, Venezuela, Peru e Uruguai.

O segredo do sucesso da série são coisas básicas:  bom roteiro, a direção segura de Heitor Dhalia (diretor de “ À Deriva”, “12 horas” e “O cheiro do ralo”) e a qualidade de atores como Maeve Jinkings e Rômulo Braga, nos papéis principais.

Confira na Netflix  e avalie se, realmente, aprendemos a fazer histórias de ação.

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Outras novidades

Ilary Blasi – Uma mulher única – documentário -2023 – Netflix

Um documentário para quem gosta de conhecer a intimidade dos famosos, vulgo fofoca. No caso, Francesco Totti, o ex-capitão do clube Roma, integrante da equipe italiana que venceu a Copa do Mundo em 2006 , e a separação ruidosa de sua ex-mulher, a apresentadora de TV, Ilary Blasi. Aqui, a ótica sobre o que aconteceu entre o casal – amado pelo público italiano e considerado perfeito durante vinte anos de união e três filhos – é inteiramente de Ilary. Segundo ela, tudo foi maravilhoso até Totti deixar o futebol, entrar em crise e começar o caso com uma jovem ,mesmo negando na imprensa que tivesse aventuras extraconjugais. A situação complicou e Totti acabou acusando Ilary de o ter traído antes. Só agora, tempos depois, a linda loira resolveu contar seu lado da história.

 

 

Roadrunner –Um filme sobre Anthony Bourdain – direção: Morgan Neville – 2021 – Star+/Prime/Googleplay

Confesso que demorei a me decidir a ver o documentário sobre o escritor, apresentador e chef Anthony Bourdain. Costumava acompanhar seus programas de viagem e gastronomia e restou um gosto amargo quando ele se suicidou, aos 61 anos, em 2018. O documentário tem duas horas e consegue traçar um retrato profundo de Tony, ouvindo seus amigos, a ex-esposa, mãe de sua única filha, o irmão dele, e – o mais importante – o próprio Bourdain. Conseguimos entender um pouco da tristeza profunda que ele carregava desde sempre, alimentada por suas viagens a lugares pobres e desassistidos como o Congo. Havia momentos em que ele não via sentido no trabalho que fazia, lidava um pouco mal com a fama, tentava se acomodar com a esposa e filhinha em casa, mas sentia falta de ir a lugares distantes. Seu namoro com a atriz Asia Argento –  por quem  aderiu ao movimento “Me Too”- talvez tenha sido o último ingrediente para aprofundar a depressão e a desistência de continuar vivendo. Dias antes, tablóides publicaram Asia em cenas íntimas com outro homem.  Sobre os últimos momentos de Tony, o esperado depoimentos do velho amigo Eric Ripert, famosos chef francês, que estava junto com ele na viagem,  não acontece. Eric fala sobre o amigo, mas se recusa a contar sobre a noite trágica. Além do francês, Anthony Bourdain deixou um grupo de amigos que choram sua morte até hoje. Não sei se ele sabia o quanto era amado por todos.

Obs.: Um ponto do documentário causou polêmica: o uso de 60 segundos da voz de Bourdain criada através de inteligência artificial.

 

Caçadores de recompensa – direção:   Walter Hill – 2022  – Telecine

O veterano diretor, Walter Hill, continua em atividade aos 83 anos. Agora, entregou esse ótimo western+drama, onde Christoph Waltz interpreta um caçador de recompensas Max Borlund que vai atrás da mulher de um fazendeiro, supostamente sequestrada por um soldado negro. Durante a busca, Max descobre que Rachel  fugiu voluntariamente do marido abusivo para morar com seu amante. Ele também é forçado a enfrentar seu inimigo jurado Joe Cribbens, um jogador profissional e fora da lei que ele havia enviado para a prisão anos antes. Willem Dafoe é Cribbens e Rachel Brosnaham, conhecida pela ótima série “Maravilhosa Mrs. Masel”, mostra que é boa de drama também.

 

Saltburn – direção: Emerald Fennel – 2023 – Prime Vídeo

Ainda não assisti, mas estou curiosa para conferir o novo filme da diretora que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Original por “Bela Vingança”. Trata-se de uma comédia dramática e ácida escrita pela própria Emerald , contando a história de um estudante chamado Oliver Quick que está em buscando seu lugar na Universidade de Oxford. Quando ele conhece o belo Felix Catton fica obcecado. Os dois então resolvem passar o verão em Saltburn, na propriedade da excêntrica família de Catton. Oliver é interpretado por Barry Kheogan, indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo tocante papel em “Os Banshees de Inisherin”. A previsão de entrada na plataforma é 1°/12. A conferir.

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CURIOSIDADES  SOBRE NOSSOS ASTROS FAVORITOS

Jim Carrey e o cheque de 20 milhões de dólares

Depois de uma carreira repleta de sucessos, Jim Carrey resolveu afastar-se do cinema. Em entrevista ao programa de TV Access Hollywood,  o ator e comediante de sessenta e um anos revelou que está “se aposentando” da atuação para aproveitar mais a vida fora dos holofotes, passando mais tempo com sua família. Uma pausa pode fazer bem para quem, como ele, sempre lutou contra a depressão e passou pelo impacto de ver a ex-namorada cometer suicídio em 2015. Uma curiosidade sobre o astro: no começo de carreira, Carrey fez um cheque de 20 milhões de dólares e o guardou na carteira. Ele manteve o cheque até conseguir um cachê no valor equivalente. Sua trajetória de sucesso garantiu que ele recebesse várias vezes esse valor. Se ele pode voltar a atuar? — Se os anjos trouxerem algum tipo de roteiro escrito em tinta dourada, se for algo muito importante para as pessoas verem, eu posso continuar no caminho. Mas estou fazendo uma pausa — explicou o ator. Mas, eu realmente gosto de como a minha vida é tranquila”. Eu realmente adoro desenhar e amo minha vida espiritual; sinto que e talvez nenhuma outra celebridade diria isso — tenho o suficiente. Fiz o suficiente. Sou suficiente”.

 

Alerta:  O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

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Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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