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O Maestro, Barbie e o Zelador chegam juntos às plataformas

Bradley Cooper na pele de Leonard Bernstein em "O Maestro" (Foto: Divulgação/Netflix)

Os filmes em destaques em streaming esta semana são bem diferentes entre si. “Barbie”, uma das sensações do ano, chegou à HBO Max após cinco meses nos cinemas. O filme pretende ser uma atualização politicamente correta da boneca que sempre vendeu a ideia do padrão estético ideal. Interpretada por Margot Robbie, agora ela entra em crise existencial e sai do universo das bonecas devido as suas imperfeições e falhas. No mundo real, nossa doce Barbie descobre que nem tudo é cor-de-rosa. Ao lado de seu namorado , Ken, ela terá muitas dificuldades para se adaptar à realidade até descobrir que a verdadeira perfeição está dentro dela. História bonitinha, bem filosófica, né? Pra completar: Ken é interpretado por Ryan Gosling. A direção ficou a cargo de uma mulher: Greta Gerwig ( Adoráveis Mulheres, Lady Bird). O filme está indicado em várias categorias nos prêmios da temporada. A ver.

 

“O Maestro”, grande aposta da Netflix, é uma cinebiografia do famoso maestro e compositor Leonard Bernstein. Melhor dizendo, é um recorte da vida do músico, quando ele se apaixona pela atriz costarriquenha-chilena, Felicia Montealegre Cohn. Os dois se conheceram ainda jovens, em 1946, numa época em que eram estrelas em ascensão, tendo vivido uma paixão turbulenta, com idas e vindas, até se casarem em 1951. Inicialmente, o filme ia ser dirigido por Steven Spielberg, mas ele acabou endossando Bradley Cooper na direção. Bradley vinha do sucesso de “Nasce uma estrela”, onde dirigiu Lady Gaga. Spielberg e Martin Scorsese são produtores de “ O Maestro”, nada mal, né? Bradley interpreta o notório maestro no filme.

Alguém duvida que ele será favorito ao Oscar ? Ah, terá dois concorrentes duros pela frente:  Cillian Murphy (Oppenheimer) e Leonardo DiCaprio (Assassino da lua das flores). Qual sua aposta, leitor ?

 

Entre os lançamentos seriados de final de ano, a boa surpresa é a segunda temporada da divertida e ácida “Meu querido zelador”.  Com o excelente Guillermo Francella, a série argentina continua mostrando como Eliseo, o zelador de um prédio classe média portenho, se vira para não perder o emprego. Quem viu a primeira temporada – disponível no canal Star+ – sabe que ele é capaz de tudo pela manutenção do trabalho, de santo não tem nada. “ Meu querido zelador” foi finalista do Emmy International este ano na categoria melhor comédia.

 

Espere que gostem das dicas. Feliz Natal, queridos cineseriéfilos!

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 As melhores séries de 2023 – final

O professor, escritor, poeta e cinéfilo, Robertson Frizero, comentou sobre suas séries favoritas em 2023, especialmente para a coluna.                                         

Há algo que o streaming mudou para sempre nos nossos hábitos de cinéfilos – o acesso à produção audiovisual feita em todo o mundo. E quando falamos em séries, isso fica ainda mais evidente. Sem nenhum esforço em nome da diversidade, minha lista de melhores séries de 2023 traz títulos feitos em diversos países, um mais surpreendente que o outro:

 

Lupin – a série francesa que resgata um dos personagens mais carismáticos da literatura francesa de entretenimento teve em 2023 sua terceira parte. Surpreendente, eletrizante, as peripécias desse charmoso ladrão não perderam nada da inventividade e tensão das partes anteriores. E Omar Sy é perfeito para viver o protagonista. [Netflix]

 

Treta – como um evento banalíssimo pode gerar um efeito catastrófico? Dois comediantes famosos no circuito de stand up, Steven Yeun e Ali Wong, vivem os dois improváveis adversários de uma disputa de trânsito que afetará profundamente suas vidas. Eles são geniais à frente de um elenco quase todo formado por atores de origem asiática – mas a série está longe de ser uma produção “étnica” americana. O roteiro surpreendente e impecável torna a série quase impossível de não ser maratonada. [Netflix]

Os outros – Se esta série fosse norte-americana, Adriana Esteves levaria um Globo de Ouro e um Emmy… Ela é uma força descontrolada da natureza como a mãe que, na ânsia de defender o filho em uma disputa banal de adolescentes, entra em conflito com outro pai, vivido brilhantemente por Milhem Cortaz. Como em Treta, um evento banal cresce em proporções absurdas – mas em Os outros não há espaço para o humor; o tom é uma mistura bem elaborada de tragédia shakespeareana com um olhar de Nelson Rodrigues sobre a classe média brasileira. Todo o elenco funciona como uma orquestra. Imperdível.  [Globoplay]

 

A queda da casa de Usher – Mike Flanagan e seu elenco de atores-colaboradores está firmando um catálogo de ótimas séries de terror. Ele já adaptou diversos textos literários para a televisão, mas A queda da Casa de Usher é realmente brilhante: o roteiro reúne, em uma história com um ótimo e surpreendente arco dramático, diversos dos mais famosos contos e poemas do grande escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Mais que isso: o universo do autor é transposto para os dias atuais, sem perder sua capacidade de assombrar. [Netflix]

 

Sagrada Família – a série espanhola conquista pelo roteiro bem urdido, que vai jogando com as percepções do leitor sobre o drama de uma família cercada de mistérios… Dizer mais que isso é estragar o prazer de ver. Acaba de sair sua segunda parte. [Netflix]

 

A Idade Dourada – da mesma fonte que nos deu Dowton Abbey, esta série que retrata a ascensão da cidade de Nova Iorque nos últimos anos do século XIX é um primor de roteiro e elenco. Historicamente apurada, tem uma produção de época impecável. E não há como não rir e chorar com as situações expostas na trama tão bem estruturada. [HBO]

 

De quem estamos fugindo? – minissérie turca de sete episódios, tem a dose certa de tensão e estranhamento para prender o expectador e fazê-lo torcer pelo sucesso das quase injustificáveis tramoias de uma mãe e sua filha adolescente em fuga. Bom roteiro, cheio de reviravoltas.  [Netflix]

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

THE END

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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